Viver é a melhor opção
24/09/2018 12:34
Luana Vicentina

André Trigueiro fala sobre a prevenção do suicídio e a valorização da vida, questões abordadas em seu livro, em um dos encontros que celebram o Setembro Amarelo na PUC-Rio

André Trigueiro, autor do livro Viver é a melhor opção. Foto: Gabriela Azevedo.

O professor e jornalista André Trigueiro, do Departamento de Comunicação Social, e autor do livro Viver é a melhor opção, proferiu a palestra sobre a valorização da vida e a prevenção do suicídio na quinta-feira, 20, no Anfiteatro Junito Brandão. O encontro faz parte das atividades do Setembro Amarelo e foi organizado pelo Equilibrium - Programa Comunitário de Promoção da Vida e do Bem-estar, desenvolvido pela Vice-Reitoria para Assuntos Comunitários.

Trigueiro afirmou que, ao tratar-se da prevenção do suicídio, todos devem ser agentes de saúde. Ele explicou que é preciso descentralizar esse tema, pois a participação coletiva é fundamental na defesa e manutenção da vida. Para o professor, o principal agente de combate nessa causa é a disseminação de informação.

— A prevenção do suicídio é possível, mas enquanto esse tema estiver restrito a psiquiatras, psicólogos, terapeutas e profissionais de saúde, nós não viramos o jogo. Portanto, todos precisamos reconhecer fatores de risco, sintomas e comportamentos que podem aludir ao quadro suicida.

Trigueiro pontuou os principais fatores de risco que podem levar ao suicídio. O primeiro deles é a depressão, que o professor diferenciou de estado depressivo. Para ele, depressão é uma tristeza persistente, que é ameaçadora à autoestima e a vontade de viver. Ele explicou que, por outro lado, o estado depressivo pode ser comum nos momentos difíceis da vida, e que nesses casos é possível aprender com as dificuldades.

A palestra ocorreu no Anfiteatro Junito Brandão. Foto: Gabriela Azevedo.

O segundo fator de risco suicida citado por Trigueiro é o uso de drogas, lícitas ou ilícitas. Ele ainda mencionou o cuidado que se deve ter com a automedicação, pois também pode gerar dependência. Trigueiro lembrou que o sociólogo Émile Durkheim caracterizava o suicídio como uma consequência das influências que uma pessoa pode sofrer no meio em que está inserida.

— Durkheim diz que somos seres sociais. O meio em que a gente vive influencia o que você sente, para o bem ou para o mal. Estigmatizamos a depressão porque não podemos ver a depressão. Ela não aparece em um exame de sangue, em uma ultrassonografia.

O professor abordou a questão do suicídio entre jovens e resgatou algumas reflexões do também sociólogo Zygmunt Bauman sobre a nova geração e a modernidade. Poucos meses antes do ENEM, o professor comentou a preocupação que a prova gera nos estudantes e como essa ansiedade pode ser um gatilho.

O Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Trigueiro ressaltou a importância de todos abraçarem a causa.

— O amor realiza prodígios. Por amor, a gente pode fazer movimentos que nem o maior dos especialistas consegue, por vezes, sugerir.

Professor Augusto Sampaio. Foto: Gabriela Azevedo.

O Vice-Reitor Comunitário, professor Augusto Sampaio, participou do encontro e ressaltou que o ambiente universitário deve estimular redes de atenção e cuidado, e que a vice-reitoria se preocupa com a saúde dos estudantes. De acordo com ele, o programa Equilibrium tem a função de conscientizar a comunidade e gerar reflexões em torno do tema da saúde mental.

— A Universidade tem uma excelência acadêmica, e essa boa avaliação deve passar também pela qualidade de vida dos seus alunos, professores e funcionários.

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