Consciência ecológica e social
05/10/2018 18:17
Beatriz Puente

Tradução do documento Curando a Terra permite explicar a relação entre o meio ambiente, a sociedade e a religião

O Arcebispo, Dom Orani, e o Reitor da PUC, Padre Josafá abrem a comemoração do dia de São Francisco de Assis.

A consciência ecológica e os impactos na sociedade foram os temas do encontro Amazônia: Novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia integral. O encontro foi no dia 4, Dia de São Francisco de Assis, considerado o patrono da natureza, e ainda marcou o lançamento em português da plataforma Curando a Terra (Healing Earth, no original). Com a presença do Reitor da PUC- Rio, padre Josafá Carlos de Siqueira, S. J., e do arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, O. Cist., a cerimônia realizada no Auditório Padre José de Anchieta ressaltou a importância do cuidado com a Terra.

Dom Orani Tempesta abriu o encontro com um agradecimento a São Francisco de Assis e ressaltou a importância do Sínodo dos Bispos de 2019, cujo tema será a Amazônia. O Arcebispo do Rio de Janeiro fez uma correlação do meio ambiente com a religião e o povo e observou a necessidade da atuação da Igreja Católica para a preservação da Amazônia.

- Estamos nos preparando para o Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, que será em outubro de 2019, em Roma. O Papa Francisco escreveu a primeira encíclica sobre o meio ambiente e quiseram fazer uma discussão sobre o papel da Igreja nesses 500 anos de Amazônia. A PUC tem uma tradição de meio ambiente e está se preparando para o Círio. Entre os trabalhos do Sínodo, a evangelização e a missão serão bem marcantes, mas também se focará no cuidar da Terra, respeitar o Bioma Amazônico, que é nossa responsabilidade brasileira, porque muita coisa no mundo depende dele.

Dom Orani fez menção ao Papa Francisco ao falar da importância de preservar a natureza. Foto: Thaiane Vieira

Padre Josafá ressaltou que o compromisso da PUC-Rio com a natureza faz parte dos valores da Universidade. O Reitor comentou que o Curando a Terra reforça a ideia de importância da natureza e dos reflexos que a ferramenta digital pode gerar na sociedade como um todo.

- O Curando a Terra vai na linha da nossa agenda ambiental. O evento inclui o projeto, mas é mais do que o projeto. É evidente que a questão do Curando a Terra é um elemento que vem para agregar valores e, ao mesmo tempo, visibilizar para a comunidade educativa aquilo que está sendo discutido. Nós sempre vamos ter na PUC-Rio muitos desses encontros, e hoje é mais um desses. Nosso intuito é fazer essa ponte entre a Laudato Ssi’ e a preparação para o Círio da Amazônia.

O Reitor da PUC-Rio afirmou que a natureza faz parte dos valores da Universidade. Foto: Thaiane Vieira

O Diretor do Núcleo Interdisciplinar do Meio Ambiente (NIMA), professor Luiz Felipe Guanaes, do Departamento de Geografia, participou do processo de tradução da plataforma e explicou que a principal proposta do Curando a Terra é ensinar como o meio ambiente, a sociedade e a religião estão interligados. Segundo ele, a ferramenta será inserida no meio estudantil e acadêmico para conscientizar os novos cidadãos do planeta Terra.

- É um material didático, no contexto da educação ambiental, que integra as várias dimensões da ecologia. Tem como fim dar às crianças do Ensino Médio um conteúdo no qual a ciência, a ética e a espiritualidade estejam integradas. É um suporte educacional para professores utilizarem em sala de aula. Na PUC, usaremos em disciplinas de ética sócio-ambiental e direitos humanos. Isso vai plantar em todo aluno uma sementinha, para que, quando ele saia da Universidade, tenha uma leitura mais integral dos problemas que a sociedade apresenta.

O Diretor do NIMA fala sobre o que é o Curando a Terra. Foto: Thaiane Vieira

O palestrante principal do dia, Padre Alfredo Ferro, S. J., abordou as características culturais e territoriais da Amazônia. O Rio Amazonas e os 390 povos existentes na região são, para o padre, fundamentais para entender a relação entre natureza, povos e religião. Ele ressaltou, também, como o respeito e a afetividade que as tribos indígenas têm com a fauna e a flora devem servir de exemplo para a sociedade em geral.

- O evangelismo, a catequese é bem diferente lá porque a cultura é rica e completamente inversa à nossa. A valorização dos animais, eles tratam como iguais, coisa que temos que ter mais no mundo. Eu estou morando na Amazônia há quatro anos e todo dia eu aprendo algo novo. Por isso, o Curando a Terra é um ótimo sinal de que estamos no caminho certo. É importante para sensibilizar os estudantes dessa questão ambiental por meio de imagens e exemplos concretos, além de abordar a espiritualidade e a ética.

Padre Ferro explica o cenário geográfico e cultural da Amazônia. Foto: Thaiane Vieira

Para comemorar o dia de São Francisco de Assis, o Reitor e o Arcebispo plantaram uma árvore da espécie conhecida como pau-mulato no bosque na Universidade. O ato, para ele, simboliza o compromisso da PUC-Rio com o meio ambiente que foi reforçado com o Sínodo. O Coral Alegria também fez uma apresentação musical para homenagear o patrono da natureza, São Francisco de Assis.

Coral Alegria canta em homenagem ao patrono da natureza. Foto: Thaiane Oliveira.

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