União pela Verdade
31/10/2018 11:47
Beatriz Puente

O IV MiDForum traz a diretora e fundadora da Agência Lupa para discutir o universo das FakeNews, eleições e o destino do jornalismo

Cristina Tardáquila explica a difusão das fake news no Brasil. Foto: Thaiane Vieira

Jornalismo, Tecnologia e FakeNews foi o tema do IV MiDForum, promovido pelo Laboratório de Mídias Digitais e pelo Departamento de Comunicação. A convidada foi a fundadora e diretora da Agência Lupa, Cristina Tardáquila. Co-autora do livro Você foi enganado – Mentiras, exageros e contradições dos últimos presidentes do Brasil, ela explicou como as notícias falsas se difundem na rede e o que deve ser feito para contê-las. A Agência Lupa é a primeira no Brasil a lidar com o fact-cheking.

Cristina definiu três campos nos quais as “notícias” podem se encaixar e como, em cada caso, pode ser utilizada uma forma de checagem. O fact-checking, o debunking e a verification foram as classificações que ela citou e que abrangem desde textos com informações com fontes oficiais até fotos montadas digitalmente e compartilhadas por usuários.

- Antes, devemos perceber qual tipo de FakeNews estamos lidando. Se há fonte, verificar a fonte, entrar em contato com a pessoa envolvida, quando houver. Quando lidamos com vídeos e fotos que “comprovam” é um pouco mais difícil. O caso do vídeo do João Dória (governador eleito em São Paulo), não temos muitos especialistas em desvendar esse tipo de conteúdo no Brasil. Ainda não temos experiência suficiente para dizer de imediato se é fake ou não.

Ela relatou que, no período de eleições, a Agência Lupa e outras agências de verificação, como a Fato ou Fake, E-farsas e Boatos, se uniram na tentativa de fornecer informações mais transparentes e de qualidade. Cristina citou também que o constante compartilhamento de notícias falsas em grupos de WhatsApp e em páginas no Facebook, em relação aos candidatos, fez o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) se posicionar contra. Para ela, essa união das agências de verificação representou o jornalismo em sua essência.

- Todos nós tivemos que nos juntar e pedir uma medida judicial. As pessoas acham que, como existem os checadores, podem deixar tudo nas nossas mãos. Chegou em um nível que precisamos entrar em contato com o Facebook, com o Twitter, com o WhatsApp, com o TSE e pedir medidas nessas plataformas. Não conseguimos muita coisa, mas nos unimos e dessa forma fica mais fácil de cobrar atuação. O jornalismo tem que ter três coisas: transparência, colaboração e honestidade.

Para o futuro, Cristina afirmou que é preciso investir na conscientização contra as fake news. Ela citou que, ao ministrar cursos de fact-checking e ações judiciais para procuradores do TSE, percebeu a importância da educação no meio digital para todos. A diretora também falou do incentivo às plataformas verificadoras, não apenas o reconhecimento do trabalho, mas uma democratização dessas plataformas, de forma com que as informações verdadeiras cheguem a todos.

- No domingo, dia 28, às 10h, recebi uma mensagem de um procurador que participou do curso. Ele havia checado uma informação, identificado como falsa e rastreado o autor do vídeo. Às 14h, já havia uma matéria no G1 sobre a prisão do homem que divulgou a notícia falsa. Isso é o que me dá esperança, vemos que a educação dá sim resultado.

Mais Recentes
Alunos terão desconto em moradia universitária
PUC-Rio fechou parceria com Uliving, maior rede deste tipo de serviço no país
Álvaro Caldas lança quinto livro de sua carreira
Nos anos de pandemia, a janela se tornou uma ligação vital para mundo exterior
Tecnologia, Inovação e Negócios no Instituto ECOA
Encontro reúne alunos e convidados para discutir o fornecimento de água e saneamento no Rio de Janeiro