Universidade de portas abertas
07/11/2018 10:21
Luana Vicentina e Julia Carvalho

Projeto de professoras do Departamento de Serviço Social levou estudantes do ensino médio para vivenciar um dia no ambiente universitário

Professora Nilza Rogéria. Foto: Gabriela Azevedo.

Para romper as barreiras do conhecimento, o projeto Universidade de Portas Abertas reuniu, na quinta-feira, 1º, cerca de cem jovens de diferentes escolas do Ensino Médio do Rio de Janeiro para conhecer as instalações, os serviços e os cursos oferecidos pela PUC-Rio. A abertura do encontro ocorreu no Auditório Padre José de Anchieta, onde os estudantes iniciaram o intercâmbio de experiências com o meio universitário.

Idealizadoras do projeto, as professoras Valéria Pereira Bastos e Nilza Rogéria Nunes, do Departamento de Serviço Social, ajudaram a compor a mesa de abertura, que teve também a participação das professoras Fernanda Felisberto, da UFRRJ, Giovana Silva do Departamento de Serviço Social e Lucia Pedrosa do Departamento de Teologia. De acordo com Valéria, o intuito do projeto é mostrar a importância da proximidade que deve ser estabelecida entre a juventude e a Universidade, para que os estudantes possam vislumbrar a possibilidade do ingresso na vida acadêmica.

— Esperamos que esse encontro seja anual, no sentido de aproximar vocês e provar para vocês que, mesmo com todos os impedimentos, vocês podem e devem fazer parte desse espaço – afirmou Valéria, durante a abertura do encontro.

Professora Valéria Pereira Bastos. Foto: Gabriela Azevedo.

Também estava presente o Vice-Reitor Comunitário, professor Augusto Sampaio, que reforçou o caráter comunitário da Instituição. Ele explicou como funcionam os diferentes tipos de bolsa promovidas pela Universidade e também explicou o funcionamento do Fundo Emergencial de Solidariedade da PUC-Rio (FESP), que desde 1997 auxilia estudantes bolsistas.

— É realidade sim sonhar com a PUC. A primeira vez que eu coloquei os pés aqui foi em 1961, eu sou um verdadeiro filho da PUC, e quero que vocês todos também sejam.

Luciano Daniel, 19 anos, é morador do Complexo do Alemão e sonha em cursar Jornalismo. O jovem fundou, sozinho, aos 12 anos, o projeto Crianças Felizes, que promove atividades culturais e distribui brinquedos e mantimentos, arrecadados por meio de doações, para as crianças da comunidade. O projeto se mantém ativo até hoje e, a cada ano, ganha mais visibilidade. Luciano afirmou que a iniciativa partiu da criação de um jornal on-line chamado “Realidade das Favelas”, que visava denunciar o descaso público e promover melhorias para a comunidade.

— Eu comecei com um jornal informal, mas eu não tinha visibilidade. Então, achei melhor parar de falar e começar a fazer, por conta própria. Nas palestras de hoje, recebemos mensagens de incentivo que me impulsionam a não desistir do meu objetivo de estudar. Qual jovem não tem o sonho de estudar na PUC?

Os assistentes sociais Carlos Augusto e Alessandra Nascimento, estudantes da PUC-Rio, foram convidados para partilhar a experiência de acesso à Universidade com os jovens do Ensino Médio. Alessandra pontuou que, apesar das diversas dificuldades que podem desestimular os jovens durante a trajetória do Ensino Superior, a educação é um instrumento de libertação e transformação social.

— É claro que as coisas não são tão simples, enfrentamos uma série de desafios, como a distância da moradia e o transporte diário. Mas é possível. A profissão que escolhemos nos ajuda a crescer, mas também deve nos ajudar a auxiliar outras pessoas.

Alessandra Nascimento. Foto: Gabriela Azevedo.

O professor Roosevelt Fideles, do Departamento de Geografia, apresentou o Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-Rio (NIMA) e citou alguns trabalhos realizados por eles, como o Lixo Zero, o projeto de descarte correto de resíduos e o projeto Hortas Eco Urbanas. Ele comentou também sobre o desenvolvimento e atualização da agenda socioambiental da Universidade. A professora Claudia Brutt, do Departamento de Comunicação Social, apresentou o Projeto Comunicar e explicou como funciona o ciclo básico das habilitações do curso.

Durante a tarde, os alunos fizeram uma visita guiada pelo campus da Universidade. Eles conheceram alguns laboratórios do Centro Técnico Científico, como Riobotz e Aerorio, e terminaram o passeio na Estação de Educação Ambiental do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (Nima).

O estudante João Victor da Silva, 18 anos, de Nova Iguaçu, disse que o curso de Geografia foi o que mais chamou a atenção dele. O jovem, que trabalha e estuda, contou que faltou o emprego para vir à visita. Ele ressaltou a importância dos projetos sociais e dos professores para fazer a diferença na vida das pessoas.

— Nunca tive um passeio tão interessante e com tanta aprendizagem quanto eu tive hoje. Já visitei outras universidades, mas nunca entendi o sentido real de fazer faculdade, porque na área que nós vivemos, você trabalhando está fazendo mais do que você devia. Eu tenho essa ciência, e a vontade de fazer uma faculdade é maior ainda a partir desse passeio.

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