O amor vivo de Marcelo D2
14/11/2018 12:36
Lucas França

Rapper participa de debate e exibe o vídeo-álbum “Amar é para os fortes” no Festival de Primavera

Marcelo D2 durante exibição. Foto: Amanda Dutra.

“Um disco para ver” é como o rapper Marcelo D2 define o projeto Amar é para os fortes, décimo álbum da carreira do músico, que também foi produzido em formato de filme. Na quinta-feira, 8, o média-metragem que comporta todas as músicas do CD foi exibido no Auditório Padre José de Anchieta como parte da programação do Festival de Primavera 2018. Cerca de 200 pessoas assistiram ao filme e participaram de uma rodada de conversa com D2, que também teve a presença dos atores Lorran Saga (Maytor) e Balle Rich (Rato).

Antes da exibição, D2 comentou sobre o nome do disco, que nasceu de uma conversa entre conhecidos depois da morte de uma amiga do rapper. Ele explicou que o sentimento das pessoas com quem ele falou era de manter “a cabeça forte e o coração aberto, manter o amor vivo”. O título foi uma consequência deste momento.

O rapper disse que a principal motivação de exibir o vídeo-álbum no Festival da Primavera foi de mostrar para os universitários que é possível realizar projetos. Ele ainda afirmou que a escolha do tema para o festival, em memória dos fatos políticos e artísticos de 1968, foi uma decisão acertada. Segundo D2, discussões sobre o passado do país não são tão enfáticas.

—Tem que levantar a cabeça e meter a cara. Se não fizermos, ninguém vai fazer, temos que comprar esse barulho. O Brasil tem mania de empurrar tudo para baixo do tapete. Falamos muito pouco sobre a escravidão, sobre ditadura militar. Vivemos um momento em que temos que falar sobre isso. O ano de 1968 foi um momento tão pragmático e bonito, artisticamente falando. O Brasil é um país ótimo para fazer arte.

O filme, como defendeu D2, também fala sobre a evolução que o rapper teve como pessoa. Para ele, é importante que o amor seja propagado e carregado como uma bandeira. O sentimento que surge nele, ao levantar este tipo de temática em um disco depois de 25 anos de carreira, é de orgulho, porque, como lembrou “já foram muitas brigas na vida”.

— Eu acho muito importante falar de amor. Temos que ser resistência. É inacreditável, em 2018, ainda ter que explicar que não é matando que vamos resolver os problemas. Fico orgulhoso de falar sobre isso, depois de tanta briga que eu tive. Como a vida muda, né. O cara que era marginal, o mais briguento e que xingava todo mundo agora tem como subversão falar de amor.

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