Uma partida diferente ocorreu no ginásio da Universidade no dia 10 de junho com o Futebol de 5, ou futebol para deficientes visuais, que reuniu atletas da Urece Esporte e Cultura para Cegos e alunos da PUC-Rio. Além de conhecer melhor a modalidade paralímpica, os estudantes interagiram com os jogadores.
O futebol para cegos tem algumas regras diferenciadas. Ele é disputado em quadra específica, com as mesmas dimensões do futebol de salão, só que com placas nas laterais. As equipes têm cinco jogadores: um goleiro e quatro na linha, totalmente cegos e que usam uma venda nos olhos para deixá-los em iguais condições, já que alguns atletas podem ter algum resíduo visual (vulto) que podem dar, nesta modalidade, alguma vantagem.
A bola da partida apresenta em seu interior um guizo para guiar os atletas. O jogo dura quinze minutos cada tempo. Há ainda um guia, o Chamador. Ele fica atrás do gol adversário e orienta o ataque do time. Ele dá aos atletas a direção do gol, a quantidade de marcadores, a posição da defesa adversária, as possibilidades de jogada e demais informações úteis. É o chamador que bate nas traves, normalmente com uma base de metal, quando vai ser cobrada uma falta, um pênalti ou um tiro-livre.
O treinador da equipe e fundador da associação, Fausto Penello, explica que o futebol é adaptado para que os atletas possam disputar a competição.
- Durante toda a semana a nossa ONG promove um trabalho muito dedicado para que, através do esporte, as pessoas portadoras de deficiência visual combatam o preconceito social. Aqui no ginásio da PUC a dificuldade de se jogar é maior, pois os nossos atletas estão adaptados a prática da modalidade em uma quadra específica.
Futebol é muito mais do que a paixão de se jogar e competir, mas um verdadeiro guia para uma vida social mais digna e participativa. Tiago da Silva, atacante do time da Urece, conta como a modalidade mudou a sua vida. Ele também ressalta a felicidade em passar essa experiência para os alunos da PUC.
- Eu perdi a visão com cinco anos de idade, mas sempre fui apaixonado por futebol e isso não me impediu de continuar a jogar. O futebol me ajudou muito a ter mais segurança e noção de espaço quando ando na rua e me fez fazer novas amizades. Na Urece somos uma verdadeira família e todos se respeitam. Eu espero que os alunos da universidade, apaixonados por qualquer esporte, levem para suas vidas a valiosa lição de que todos podem jogar futebol e precisamos tratar o próximo com um igual.
A Urece é uma ONG, sem fins lucrativos, criada em 2005, como um projeto de inserção dos deficientes visuais de todas as idades no esporte e na própria sociedade. A equipe de Futebol de 5 realiza treinos de segunda a sexta, e participam no campeonato regional e nacional.