A reitoria da Universidade sediou a cerimônia de assinatura do termo de cooperação entre a PUC-Rio e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) na quarta-feira, 12. O objetivo da colaboração é promover ações de transferência de conhecimento em Ciência de Dados e Inteligência Artificial para o órgão público. Além de professores dos departamentos de Direito e de Informática, também estiveram presentes procuradores do MPRJ.
O Procurador-Geral de Justiça do Rio de Janeiro, José Eduardo Ciotola Gussem, afirmou que vivemos no contexto de uma cidade que passa por um momento de grande turbulência. Para Gussem, a união do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro com a Universidade tem tudo para transcender várias disciplinas, e que vai além do Departamento de Direito e de Informática, parceiros no projeto.
– É fundamental investir em tecnologia e inovação. Hoje não tem como não aprendermos a língua e a interpretação dos dados. O mundo moderno nos leva a isso. Essa parceria tem tudo para durar longos anos, trazendo uma revitalização do Rio de Janeiro, da nossa sociedade que está tão degradada.
O Procurador-Geral destacou o espírito humanitário e comunitário como princípios que norteiam a atuação da PUC e do Ministério Público. Para o Reitor da Universidade, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., a cooperação representa a prestação de um serviço público por parte da instituição ao disponibilizar ferramentas tecnológicas para agilizar os processos.
– A Universidade está colocando o que ela tem de melhor, que são as pesquisas, os professores e os alunos em função de algo que possa ajudar na melhoria da sociedade. Há uma dinâmica forte da instituição que envolve vários departamentos numa forma de cooperação. A parceria dos departamentos também é o que temos de melhor na PUC.
Diretor do Departamento de Informática, o professor Hugo Fuks ressaltou que o departamento integra todo o campus. Fuks afirmou que a computação é a língua franca do século XXI e que todo o universo social vai se beneficiar da linguagem de dados. Em relação à informática, o professor disse que ela deve atuar no trajeto final, com o uso da tecnologia para a ação social do ser humano.
– Essa cooperação significa uma mudança de patamar no entendimento das atividades do Ministério Público do Rio de Janeiro. É fundamental entender que tecnologia não é determinante, ela não transforma água em vinho. Você tem que ter uma pessoa como o Procurador-Geral do outro lado, que está comprando a ideia e entende que precisa disso neste momento para dar o salto tecnológico dentro do Ministério Público.
Para o Diretor do Departamento de Direito, professor Francisco Guimaraens, essa iniciativa é fundamental do ponto de vista do que são as Ciências Humanas. De acordo com Guimaraens, não é possível pensar em produção de conhecimento sem o diálogo do que é supostamente técnico e do que é supostamente humano. O professor reforçou que não existe técnica que não diga respeito à experiência da humanidade.
– O diálogo que iniciamos hoje entre o nosso departamento e o de Informática deve frutificar, e essa parceria com o Ministério Público é já um efeito disso. Esperamos que seja uma das muitas parcerias que envolvam essa cooperação dos departamentos. Esse é o espírito desta Universidade, uma vez que é fundada nos valores humanísticos que supõem justamente esse diálogo permanente de todos os modos de percepção e de conhecimento.
O Decano do Centro de Ciências Sociais (CCS), professor Luiz Roberto Cunha, refletiu que a integração entre o Direito, especialmente a área dos órgãos públicos, e a Universidade, por meio da informática, é fundamental. Ele enfatizou que a junção entre os departamentos de Direito e de Informática já é feita na graduação de Direito, em cursos eletivos nos quais os alunos têm contato com a informática.