No dia 8 de novembro, a equipe do filme “A Cozinha” participou de um debate na sala 102-K, onde foi exibido o longa. Com a organização do professor Sergio Mota, do Departamento de Comunicação Social, os convidados para a palestra foram o diretor Johnny Massaro, que estreia na direção do longa, o roteirista, ator e produtor Felipe Haiut – ex-aluno do curso de Cinema da PUC-Rio –, a montadora Marina Kosa e o produtor Guilherme Bolo.
Adaptação de uma peça montada na cozinha da casa do diretor, o filme fez sucesso na Mostra de São Paulo e no Festival do Rio de 2022, a produção foi a única a ter sessão extra. No debate, a equipe falou sobre a linguagem fílmica, o tempo de duração da obra que, com 61 minutos, é nove minutos menor do que a definição de longa para a Ancine, e as dificuldades e soluções na produção audiovisual.
Na conversa, Massaro explicou como foi a experiência na direção e na construção da gramática para contar a história de “A Cozinha”. Para ele, a linguagem do filme é fruto do encontro dos profissionais envolvidos na produção: além dele, outras pessoas assumiram cargos e funções pela primeira vez – como foi o caso da montadora, Marina.
— A experiência me mostrou que eu preciso estar aberto aos acontecimentos, sempre em um diálogo muito louco com o tempo. Realmente, não vai dar para fazer tudo que eu gostaria, da maneira que gostaria. Lembro de um detalhe muito específico, a cena final do Haiut: se ele estaria com ou sem camisa. Tinha certeza que seria sem - é óbvio que eu não estava tão certo assim, mas precisava tomar uma decisão. Devemos estar muito conscientes que as escolhas são constantes — disse Massaro.
A adaptação da peça para o cinema trouxe uma dificuldade: o roteiro ficou curto. Haiut até tentou alongar a história, mas chegou à conclusão de que não havia mais o que ser contado. O filme teria a duração necessária, mesmo que fosse menor do que um longa-metragem tradicional.
— Os formatos hoje estão sendo repensados, as coisas são mais ágeis. A gente precisa criar de uma outra forma — afirmou Haiut.
Mariana complementa o raciocínio do roteirista:
— Acho que a tendência é reduzir o tamanho, mas certos criadores vão querer fazer filmes de três horas e meia. Vai ter espaço para os dois. Sobre essa questão de tempo nos cinemas, para que a gente pudesse estrear comercialmente pela Ancine teria que chegar a 70 minutos — complementou Marina.
“A Cozinha” foi gravado durante a pandemia em uma locação em Visconde de Mauá. O filme, produzido de forma independente, só foi exibido nos cinemas graças aos festivais em que participou. No dia 17 de novembro, será disponibilizado no Globoplay.