O número de horas-aula nas escolas brasileiras não é baixo. E os resultados? O ENEM mostra que os alunos brasileiros aprendem a metade do que deveriam. O Brasil é o 53º colocado no PISA, numa lista de 65 países.
O aluno brasileiro está na escola, mas não aprende. Entre os fatores: a gestão escolar é deficiente. As escolas funcionam sem metas nem estratégias de gestão e educação contemporâneas, e os recursos são gastos sem resultados.
Além disso, o professor não é preparado para o modelo de educação atual, que forma o cidadão de hoje e amanhã. O sistema educacional da Finlândia, invejado no mundo, não tem grandes parafernálias tecnológicas; mas todos os professores têm mestrado, e a profissão é das mais cobiçadas, só os melhores entram. Na escola, os alunos mal avaliados têm aulas de reforço (o que garante índices mínimos de reprovação).
Um sistema educacional de qualidade também não pode deixar os pais de lado. Eles são fundamentais para o bom desempenho dos alunos na escola e na vida. No Brasil, falta orientação segura para que os pais saibam, na prática, como acompanhar o estudo dos filhos em cada etapa da formação, como ajudá-los a alcançar melhores resultados e até como cobrar qualidade da escola. Não adianta oferecer mais aulas, ampliando um sistema ineficaz.
Andrea Ramal
Presidente da AaA-PUC-Rio
Edição 249