Na reunião de Diretores do dia 30 de novembro, foi lançada a Agenda Ambiental da PUC-Rio. "Agenda" tem aqui o sentido etimológico, ou seja, trata-se de um particípio do futuro: as coisas que devem ser feitas. São, portanto, tarefas que devem envolver a Universidade como um todo. Por que e como surgiu essa agenda? Para conhecimento de todos – pois a todos corresponde tornar realidade esse ideal –, copio aqui a apresentação que escrevi para o seu lançamento.
Em dezembro de 2007, junto com o nosso professor Fernando Walcácer, do Departamento de Direito, participei, na Universidade de Nova York, num "Colóquio Global de Reitores de Universidades", reunido por solicitação do Secretário Geral das Nações Unidas. Vinte e cinco Reitores do mundo inteiro fomos convocados para integrar uma espécie de comitê assessor do citado Secretário Geral, sobre as mudanças climáticas.
O próprio Ban Ki-Moon nos acompanhou a maior parte do tempo e ainda se fez presente, durante o almoço, quando nos obsequiou, com uma bela palestra, o ex-presidente Bill Clinton. Foi um encontro extremamente rico. Participaram as mais conceituadas instituições, como Harvard, Princeton, Oxford, a Sciences-Po, o Indian Institute of Technology, Tokyo, Kyoto, Beijing e Seul. De toda a América Latina, apenas três: nós, a USP e "El Colegio de México". Os assessores que nos acompanharam refletiram sobre o que poderíamos chamar o pós-Kyoto. Os Reitores discutimos sobre o que as nossas Universidades poderiam e deveriam fazer, tanto dentro quanto fora dos nossos campi. Ficou, para nós, uma tarefa extremamente desafiadora: como transformar a PUC-Rio numa Universidade "sustentável", do ponto de vista ambiental e assim torná-la líder na pesquisa e nos serviços prestados nessa área. Podemos e devemos dar o exemplo na conservação do nosso campus, na coleta seletiva de lixo, na economia de energia, nas novas construções ambientalmente corretas, na educação ecológica dos nossos alunos, na utilização de materiais recicláveis ou nas assessorias prestadas fora do nosso recinto.
Ao voltar do colóquio, pedi aos setores da PUC mais envolvidos com a questão ecológica que elaborassem um plano, que fosse expressão da nossa responsabilidade social e ambiental. O foco deveria estar na pessoa humana e na solidariedade global, porque se defendemos o meio ambiente não é por modismos, mas em função do ser humano ao qual Deus o confiou.
A tarefa foi coordenada pelo NIMA (Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente) e o resultado está sendo entregue à comunidade universitária. È mais um roteiro a ser construído na própria caminhada. Temos pela frente uma bela tarefa: tornar realidade o que agora é apenas um horizonte de ideais. Todos devemos colaborar, para que esta Agenda não seja um documento a mais a constar nos nossos arquivos, mas que se constitua num impulso autêntico para construir uma Universidade social e ambientalmente sustentável.
Pe. Jesús Hortal Sánchez, S. J.
Reitor da PUC-Rio
Edição 225