Esperança maior que fronteiras
15/08/2013 11:34
Felipe Marques



Em comemoração à chegada do Papa Francisco ao Brasil, milhares de cores e de coros se confundiram e se mesclaram na tarde de segunda-feira, 22 de julho, no Centro do Rio. Peregrinos de todas as partes da cidade, do país e do mundo, com destaque especial para a América Latina, foram às ruas cariocas e enfrentaram horas de espera e de tumulto na esperança de ver de perto, por um momento, o novo ocupante do trono de Pedro. Nesse contingente de milhões de fiéis, Lucas Oliveira Costa, 24 anos, foi mais um dos que deixaram a casa e partiram em uma verdadeira jornada de fé e perseverança.

Natural de Fortaleza, no Ceará, e católico praticante, Lucas chegou ao Rio de Janeiro no sábado, 20. Hospedado na Glória com mais cinco pessoas – o pai, a mãe, a namorada e mais dois amigos –, Lucas estava no Rio pela segunda vez. A primeira foi quando ainda era criança. Agora, eles haviam economizado durante todo o ano para ver o Papa.

– Fiquei só dois dias, mas estou achando tudo sensacional. E olha que a Jornada mesmo nem começou – contou ele com um sorriso largo, caprichado, que tentava mascarar a ansiedade.

O figurino condizia com o personagem. Bermuda xadrez azul, sandálias de dedo marrons, óculos escuros arredondados sobre os cabelos crespos, camisa branca com a logomarca da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e, nas costas, como se fosse a capa do Super-Homem, a bandeira de Fortaleza. Pendurado no pescoço de pele bronzeada repousava um pingente em formato de cruz, mas sem a ponta superior, com a palavra Lumen inscrita.

– É por causa da Obra Lumen, o nome do meu grupo religioso. Eles trouxeram mais de 200 pessoas para a Jornada – explicou.

O grupo de Lucas estava no Centro desde as 11h30. Eles acordaram cedo para ir às compras na Rua Uruguaiana, almoçaram em um restaurante local e, aproximadamente às 13h, se colocaram a postos na grade para ver o Papa bem de pertinho. Pelos celulares alguns acompanhavam as notícias da chegada do bispo de Roma e, na velocidade do boato, logo todos estavam a par do que estava acontecendo. Helicópteros intermitentes percorriam os céus e as pessoas ficavam ainda mais impacientes. Eram cinco horas e o Papa estava saindo da Catedral Metropolitana, na Avenida Chile.

Quando as milhares de vozes se transformaram em uníssono “Francisco! Francisco! Francisco!”, bandeiras das nações participantes foram levantadas e câmeras e celulares de todos os tipos foram sacados pelos peregrinos. Toda a pluralidade de raças, idiomas e nacionalidades se tornou uma massa católica ligada pela fé. Lucas não sabia se filmava ou se olhava. Tentou fazer os dois. Em catarse com a visão do líder da Igreja, as pessoas se espremiam, gritavam de alegria e choravam de emoção. O Papa acenou com carisma e simpatia. Para Lucas e para a maioria, tudo durou apenas alguns segundos. Segundos que jamais serão esquecidos.

Edição Especial JMJ

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