Movimento Estudantil em filmes de Silvio Tendler
05/11/2007 17:55
Gabriella Coutinho

70 anos de lutas estudantis lembrados na PUC

Há setenta anos, estudantes começavam a se reunir no centro da cidade do Rio de Janeiro para lutar contra os excessos de um governo ditatorial. Para relembrar esse marco do movimento estudantil brasileiro, o cineasta e professor Sílvio Tendler repassa, no Projeto Memórias do Movimento Estudantil, as lutas travadas por esses universitários e secundaristas, que atingiram o auge na década de 60.

No dia 8 de outubro, os documentários Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil e O afeto que se encerra em nosso peito juvenil foram exibidos no miniauditório do RDC. Logo após a projeção, Irum Santana, fundador da União Nacional dos Estudantes (UNE),  Luiz Mariano (vice-presidente da UNE de 1980/1981), Daniel Iliescu (presidente da União Estadual dos Estudantes UEE-RJ), Theófilo Rodrigues (diretor executivo do Diretório Central dos Estudantes - DCE/PUC-Rio) e o diretor dos filmes, Sílvio Tendler, participaram de um debate, mediado pelo diretor do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, professor César Romero.

Os filmes mostraram um movimento estudantil combativo e rebelde, que tinha como princípio servir ao povo e à transformação do sistema. Os estudantes, segundo Luiz Mariano, tinham de optar entre a militância intensa e a vida acadêmica

– Era muito comum para os jovens daquela época passarem mais tempo nos DCEs do que dentro da sala de aula, relembrou Mariano, que insistiu que a juventude de hoje pode combinar a ação política com a atividade acadêmica.

Irum Santana, hoje com 91 anos, acentuou que tudo o que o Brasil vivenciou nesses 70 anos de movimento estudantil tem a participação da UNE. Para ele, os filmes de Tendler têm de ser vistos por toda a juventude brasileira, que precisa estar mais atenta à necessidade de militâncias.

– A militância modifica as páginas da juventude brasileira. No entanto, é importante olhar o passado como forma de sinalizar o presente e construir o futuro, ressaltou Santana.

As comemorações pelos 70 anos de militância dos estudantes no Brasil se estenderam pela Universidade com a exposição Memória do Movimento Estudantil, que esteve em cartaz no Edifício da Amizade até o dia 19 de outubro.

 

Edição 193