O jornalista Ben-Hur Correia afirmou que apesar de todos os recursos fornecidos pela Inteligência Artificial, nada supera a qualidade da investigação humana. Correia foi à PUC-Rio para dar a palestra “Jornalismo antes e depois da IA”. Ben-Hur, além de repórter, é pesquisador com foco em ferramentas de IA e integra o grupo de análise de Inteligência Artificial do Grupo Globo. Ele ainda disse que o jornalismo está passando por um período de adoção dessas ferramentas e que isso irá aperfeiçoar as produções.
— Os jornalistas são responsáveis por captar e processar a realidade, as IAs não fazem isso. As IAs não fazem grandes entrevistas e apurações. Fiquem tranquilos, nós não iremos perder nossos empregos.
— Estamos passando pela adoção das ferramentas, identificando o que é e como podemos usar. O fato é que ganhamos em velocidade e precisão de apuração.
A tecnologia sempre ajudou a contar as histórias do jornalismo. No entanto, houve um tempo em que os recursos eram mais limitados. O jornalista Edney Silvestre, que também participou da palestra, relembrou a cobertura do atentado de 11 de setembro e compartilhou algumas dificuldades.
— A comunicação antes da internet era mais complicada, a apuração era feita no boca a boca. No 11 de setembro, eu conseguia informações através dos colegas jornalistas americanos que estavam lá.
Edney também mostrou os equipamentos que usava para produzir suas reportagens: gravador, cronômetro, rolodex, entre tantos outros que poderiam facilmente ser substituídos por um celular hoje em dia. Edney reforçou que a tecnologia auxilia a cortar gastos nas produções.
— Antes, para fazer algumas imagens nas reportagens, precisávamos de helicópteros, o custo era alto. Hoje, podemos usar drones que fazem ótimas imagens com custo menor.
Silvestre reiterou que apesar de toda a tecnologia, nada vai substituir o lado humano.