Universitários Líderes de torcida de faculdades de Comunicação Social do Rio de Janeiro se uniram para apresentar uma proposta de reconhecimento do esporte como modalidade na próxima edição dos Jogos Universitários de Comunicação Social (Jucs), em 2017. PUC-Rio, Uerj, UVA, UFRJ, UFF, ESPM, Facha, UniCarioca, Ibmec e IBMR apoiaram juntas a defesa da criação da categoria líder de torcida como esporte no encerramento da 5ª edição dos Jogos, em Campos (RJ), entre 26 e 29 de maio. O esporte, organizado há cinco anos, não é reconhecido como modalidade nem tem relação direta com a pontuação geral da competição.
– Como qualquer esporte, requer muito treino. Ele é baseado em muita técnica e um errinho pode, numa competição oficial, definir quem vai vencer ou num caso drástico, ocasionar uma lesão séria. Eu mesma já me lesionei, podia ter ficado tetraplégica, mas estamos aí na atividade – explica Cecília Boechat, estudante de jornalismo da UFF, que treina há três anos e oficializou o pedido em nome de todas as equipes.
Cecília se orgulha de ter integrado “o primeiro time do Jucs a levar realmente uma equipe de líderes de torcida, e não apenas meninas que balançam pompom”. Foi em 2014, sob o comando da treinadora Jessyca Marchon. Depois isso, cada atlética começou a levar sua equipe, cada uma com um nível de desenvolvimento diferente.
A equipe da PUC-Rio, que treina semanalmente, é formada por 18 alunos de Comunicação Social, Design e Arquitetura, e conta com dois técnicos: Márcio Tavares e Davi França. O treinador Davi França, 21 anos e ginasta desde os 10 anos, é treinador de líderes de torcida há quatro anos. Atualmente, treina quatro equipes, duas ou três vezes por semana, em sessões de quatro a cinco horas, no espaço Zentrun, dentro do Clube Monte Líbano, no Leblon.
– É uma atividade que exige dedicação, esforço, requer custos, e muito comprometimento. Bem subjetivamente, ser líder de torcida é incrível. É preciso ser forte, corajoso acima de tudo. É o melhor esporte do mundo – afirma.
O treinador explica que, nos treinos, são necessários colchões, trampolim, cama elástica, pranchas de impulsão, tablado com mola. Mas, em eventos ou competições, apenas tatame é o suficiente para garantir a execução das séries e a segurança dos atletas. Portanto, Davi acredita que jogos universitários possam acolher essa modalidade “com uma mínima estrutura, podem-se realizar apresentações ou competições. Basta querer”.
Cecília acredita que haverá ainda muito debate até o reconhecimento da modalidade, mas está motivada:
– Briguei muito para isso acontecer ainda este ano. Tomei a responsabilidade para mim e me reuni com os treinadores das outras equipes para montarmos as regras para a competição, mas não conseguimos, por diversos motivos. Ainda vai ter muita discussão. Acho que vamos ter uma competição que não vai valer ponto para a pontuação geral, o que ainda me deixa insatisfeita, porque não queremos apenas um troféu; queremos valer tanto quanto handebol e basquete.
A equipe da Facha participou da última edição do Jucs abalada pela perda de sua técnica, Isadora Cezar, que morreu às vésperas da competição. Isadora havia proposto, em 2015, a integração das equipes de líderes de torcida da Facha e da PUC, para promover o espírito esportivo e amenizar a rivalidade entre as equipes. Com a fatalidade, as duas equipes fizeram uma apresentação conjunta em homenagem à técnica. A homenagem, no fechamento do encontro, em Campos (RJ), culminou com a mobilização para a integração de todos os cursos em torno da promoção.
O Rio teve no ano passado a primeira edição de um festival de líderes de torcida, o Cheerfest.