A quarta edição da Mostra Bosque - PUC Cena Experimental se despede nesta sexta do campus com uma contabilidade nada desprezível: 60 atrações gratuitas, desde aulas e palestras até encenações. Artistas de diversas linhas e linguagens desdobram-se em palestras, performances, exposições, shows, oficinas, leituras. Na maratona organizada pelo curso de Artes Cênicas da PUC-Rio, articulam-se estudantes e profissionais da área. A figuras renomadas – como Fernanda Torres, Thiago Lacerda e Enrique Díaz, participantes de edições anteriores –, somam-se talentos em formação. Caso da jovem Deborah Schorr, um dos quase 40 estudantes envolvidos na organização da Mostra Bosque. Aos 21 anos, a aluna de artes cênicas destaca a importância da iniciativa para mapear caminhos neste mercado:
– É minha terceira participação na mostra. A gente enlouquece, mas o funcionamento dos bastidores, a troca de conhecimento com os artistas experientes, a grandiosidade que esse tipo de produção tem, toda a produção artística, isso tudo forma uma base importante para entender melhor área e visualizar as alternativas do futuro profissional.
Há três meses, enquanto a Rio 2016 ganhava corpo na cidadã, Deborah embarcava numa outra olimpíada. Desde as “férias de julho”, conta a estudante, ela saía quase diariamente da casa em Botafogo para participar, na PUC, das reuniões que organizavam a Mostra Bosque. Com o início das aulas, teve que conciliar as cinco disciplinas da rotina acadêmica com aprovações de roteiros para a iniciativa e outros procedimentos necessários à produção, como a entrega de documentos a artistas. “Pelo menos eu tinha direito a refeição do bandejão”, brinca, referindo-se à parceria do serviço com a mostra.
A intimidade com o mundo das artes cênicas traz para a Deborah pelo menos uma certeza e algumas doces dúvidas. Ao mergulhar nos bastidores da Mostra Bosque, ela confirma a vocação que a ajudou até a vencer preconceitos, mas aguça as incertezas sobre a área de atuação. À intenção inicial de virar atriz de teatro, incorporam-se opções como roteirista e produção artística:
– Ao participar da organização da mostra pela terceira vez, percebi que me identifico também com as áreas de produção e roteiro. Representam oportunidades interessantes, mesmo atrás dos holofotes.