Quais são os mistérios do amor? Num auditório decorado com corações, onde predominava a cor vermelha e citações como “amor é fogo que arde sem se ver”, de Luís de Camões, a discussão não poderia ser outra: Amores de Verdade x Verdades do Amor. Este foi o tema do Seminário de Psicologia promovido pela PUC-Rio e pela Globo Universidade que levou romance e debate ao auditório do RDC, na sexta-feira, 7.
Para discutir esse assunto, representantes do meio acadêmico, estudiosos do amor, como Miriam Goldenberg, professora de antropologia da UFRJ, e Ailton Amélio da Silva, professor de psicologia da USP, se misturaram a praticantes do sentimento, como se autointitulou o músico e apresentador Léo Jaime, e a pessoas que fazem uso dele na vida profissional, como o autor de novelas Miguel Falabella e o redator Cláudio Paiva.
– Você só consegue levar uma relação amorosa quando se convence de que não vai receber tudo – afirmou Ana Rudge, professora de Psicologia da PUC-Rio, uma das convidadas do primeiro painel de debate. Falabella, em fala descontraída, filosofou sobre como este sentimento influencia o seu trabalho:
– Nem todas as relações amorosas têm fogos de artificio. No meu escritório, escrevo histórias que sei que jamais viverei – afirmou. – Eu não acredito em amor de novela, pois uma dose de insegurança é fundamental para o amor – completou o autor.
Cláudio Paiva, redator final do seriado Tapas & Beijos, no ar na Rede Globo, falou sobre as dificuldades que tem em abordar o amor para o grande público, principalmente em ter que se adequar à cobrança social do politicamente correto. “No Brasil, o corpo é um capital, para as mulheres brasileiras, um marido é uma riqueza”, assinalou Miriam Goldenberg. Com base nessa conclusão, atingida após 23 anos de pesquisas sobre o amor, ela criou o conceito do capital marital.
Plantão - Edição 249