Uma van que parece ter saído dos filmes de ficção científica chama a atenção das pessoas que passam pelo estacionamento da PUC-Rio. Parado por lá desde o início de junho, o veículo mede a qualidade do ar, e é fruto de uma parceria entre a Universidade e a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMAC). O furgão, que passa por diferentes localidades a cada três meses, é uma unidade móvel do projeto MonitorAr-Rio.
O projeto, que também conta com quatro estações fixas (Centro, Copacabana, São Cristóvão e Tijuca), mede a qualidade do ar respirado pelos cariocas. Diariamente, os resultados obtidos são divulgados através do site www.rio.rj.gov.br/web/smac/. Lá são publicados os níveis de poluentes como Dióxido de Enxofre, Monóxido de Carbono, Material Particulado, Ozônio e Dióxido de Nitrogênio.
O Projeto MonitorAr-Rio foi reativado em maio de 2010, após passar por quatro anos de inatividade. O reestabelecimento do monitoramento foi possível através de um convênio entre a Prefeitura do Rio de Janeiro e a Petrobras. Além de reconstituir o projeto, os planos são de ampliação. Quatro novas estações fixas já estão definidas: Irajá, Campo Grande, Bangu e Pedra de Guaratiba. Segundo a SMAC, algumas delas já serão implantadas no decorrer dos próximos meses. O Gerente de Monitoramento do Ar da SMAC, Marcos Borges, explica o papel do MonitorAr-Rio.
- Numa cidade com tantos outros problemas, a poluição atmosférica às vezes passa despercebida. É importante monitorar o ar porque existem problemas de saúde decorrentes de uma exposição constante.
A unidade móvel de monitoramento veio até à PUC-Rio por iniciativa do Departamento de Química do Centro Técnico Científico da Universidade (CTC/PUC-Rio), que viu nela a possibilidade de calibrar os medidores usados pelos estudantes de Introdução a Engenharia para medir a qualidade do ar. Comparando os resultados dos medidores da Universidade com os do veículo, é possível verificar se eles estão compatíveis e, portanto, corretos.
O professor José Marcus Godoy explicou que a primeira ideia era levar os medidores até Pedra de Guaratiba, onde a unidade móvel estava. Como seria um deslocamento difícil e o período de permanência estava no fim, chegou-se a outra solução.
- Conversando com os responsáveis pelo projeto, soubemos que o período de três meses de Pedra de Guaratiba estava acabando. Então, oferecemos o Campus da PUC. Em contrapartida, estamos fornecendo a energia elétrica utilizada - explicou Godoy.
Borges explica que a SMAC viu na Universidade uma possibilidade de diversificar os dados obtidos.
- Como não temos um ponto na Zona Sul além de Copacabana, e como a Gávea tem um problema de trânsito intenso, achamos que seria uma boa oportunidade de investigar a qualidade do ar na região.
Edição 245