Brito e Marcos Paulo Barreto apresentam a aeronave
Dizer que o objetivo dos alunos é simplesmente que a aeronave voe parece óbvio, mas para os Cegonhas não é. Ano passado, a equipe elaborou um projeto mais criterioso para concorrer na categoria Classe Aberta, onde os aviões são maiores e utilizam motores de até 15 cm³. Mas, um dia antes da competição, a aeronave apresentou um problema elétrico e caiu quando fazia o último treino.
Para garantir que nada dê errado desta vez, os estudantes optaram por construir um avião mais simples e concorrer na Classe Regular, onde as dimensões são pré-definidas e as equipes usam um motor padrão de 10 cm³. A aeronave, também batizada de Cegonha, mede 2,20 metros de comprimento, pesa 4,3 kg e é capaz de carregar quase o dobro do seu peso. Utilizando materiais leves, como plástico reforçado com fibra de carbono, alumínio e borracha, ela atinge 60 metros de altura e voa à velocidade de treze metros por segundo.
– Estamos mais confiantes porque garantimos que este avião voa e que ele vai ter um bom desempenho, afirma Felipe Amorim, aluno do 8º período de Engenharia Mecânica.
Segundo a capitã Daniela Brito, o projeto para a próxima competição Sae Brasil AeroDesign já está pronto. Assim que retornar de São José dos Campos, a equipe já começará a trabalhar no próximo avião. "Para o ano que vem, temos a expectativa de levantar entre 16 e 17 kg. Estamos indo para vencer", acredita Daniela.
Na competição, promovida por uma sociedade de engenheiros da mobilidade, os Cegonhas vão concorrer com outras 64 equipes, vindas de catorze Estados brasileiros e do Distrito Federal. Todas as aeronaves serão submetidas a três baterias de vôo e ganha aquela que conseguir carregar mais peso. Ao final, as duas equipes da Classe Regular e a primeira da Classe Aberta que obtiverem mais pontos poderão representar o Brasil na Sae Aerodesign East Competition 2008, promovida pela Sae International nos Estados Unidos.
Mesmo sem a expectativa de vencer, os estudantes não perdem o humor e destacam a importância que a competição traz para o exercício da carreira.
– Com certeza a maior experiência que você pode adquirir em engenharia é trabalhar em grupo. Aqui aprendemos a lidar com as vontades, com as paixões e com a preguiça de todo mundo, brinca Amorim.
Edição 191