O terceiro mês do ano é marcado pela conscientização da luta contra o câncer de intestino pela campanha "Março Azul-Marinho". Originado no intestino grosso, também chamado de cólon, e no reto, anterior ao ânus, ele afeta cerca de 40 mil pessoas ao ano. O número de mortes e diagnósticos apresenta crescimento, incluindo os ex-jogadores de futebol Pelé e Roberto Dinamite, assim como a cantora Preta Gil, detectado em 2022. Segundo o Inca, é o terceiro tumor mais incidente no Brasil.
Embora os números sejam assustadores, há uma forma efetiva de prevenir essa doença: a colonoscopia. O exame consegue retirar o câncer na fase inicial, e impede que as lesões benignas tornem-se um tumor maligno. Por não apresentar sintomas no começo, é importante realizar esse procedimento regularmente.
Causas e Sintomas
O câncer do cólon apresenta diversas causas, como sedentarismo, dieta pobre em fibras, idade maior que 50 anos, tabagismo, alcoolismo e consumo excessivo de embutidos e carne vermelha. Bons hábitos de vida podem prevenir em até 30% dos casos. Além disso, pessoas com obesidade e doenças prévias no intestino, como colite ulcerativa e Doença de Crohn, apresentam maior risco.
Porém, a principal causa é a genética familiar. É o caso de José Santos, 57 anos, que sofreu com um tumor maligno em 2019. O pai dele morreu de câncer no estômago em 1994, após procurar por diversos tipos de tratamento, sem sucesso.
O empresário descobriu a doença após sentir fortes dores abdominais por meses, junto com outros sintomas como alteração do ritmo intestinal, sangue nas fezes, emagrecimento e anemia sem causa aparente. Após fazer uma cirurgia para retirar o tumor e quimioterapia por um ano, ele foi curado. O carioca afirma que nunca havia feito colonoscopia, mas que ela teria sido essencial para detectar a doença quando estava no estágio inicial.
- Quando fiz 50 anos, meu médicos indicaram que eu fizesse a colonoscopia, mas tinha medo pelo incômodo da preparação, então sempre adiava. Descobri a doença em um estágio bem avançado, e, se tivesse feito o exame, me pouparia de muitos problemas - afirma José Santos.
Tratamentos
Existem diversos tipos de tratamentos para o câncer do intestino, de acordo com a localização e o estágio em que ele é descoberto. Pode ser necessário fazer cirurgia, ou sessões de quimioterapia e radioterapia. Em certos casos em que a doença está no início, é possível retirar as células cancerígenas na colonoscopia, recomendada a partir dos 45 anos. Segundo a médica oncologista Sabrina Chagas, que atende no Ambulatório São Lucas, essa indicação precoce tem relação com o aumento dos casos na população mais jovem.
- Infelizmente, apesar dos avanços da medicina, vivemos em uma sociedade cada vez mais sedentária e com sobrepeso e obesidade. Esses fatores são causas do tumor no intestino - explica a profissional.
Atualmente, circula na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) um projeto de lei para determinar que sejam realizados exames preventivos do câncer colorretal em todas as unidades de saúde geridas pelo Estado.