MPB, tema de novo curso de extensão
28/05/2009 15:00
Mabele Bemfeito

Som Nosso de Cada Dia: Novas Abordagens Sobre a Música Brasileira vai mapear a crise da indústria fonográfica, o intenso debate sobre direitos autorais e internet, as novas possibilidades tecnológicas de gravação, reprodução e divulgação.

O Som Nosso de Cada Dia: Novas Abordagens Sobre a Música Brasileira, organizado pelo Departamento de Letras, é o mais novo curso da Coordenação Central de Extensão. Com a carga horária de 36 horas, ele é destinado a estudantes de graduação e pós-graduação. Ministrado pelos professores Anna Paula de Oliveira, Frederico Oliveira Coelho, Miguel Jost Ramos e Paulo da Costa e Silva, O Som Nosso de Cada Dia irá debater temas ligados à música popular, como o rock nacional e o surgimento de novos gêneros musicais no Brasil.

 

O conceito de Música Popular Brasileira surgiu na década de 1960. Segundo a professora Anna Paula de Oliveira, foi nesse período que a sigla MPB se firmou como uma “instituição cultural” no Brasil. “A música popular veiculada pela indústria fonográfica e divulgada pelos meios de comunicação de massas passou a fazer parte de um projeto ideológico da esquerda nacionalista”, ressalta. Anna Paula explica que artistas e intelectuais fizeram da MPB uma ferramenta de reflexão política, uma forma de lidar com os impasses que o país estava vivendo.

 

Através das manifestações culturais populares, a MPB criou uma linguagem artística para os ideais de brasilidade. Anna Paula afirma que, naquele período, a MPB se tornou um elemento importante na consolidação da indústria cultural brasileira. Para a professora, a noção de música popular abarcava o que entendemos como manifestação folclórica. “Hoje, com o desenvolvimento da cultura de massas, o qualificativo ‘popular’ se desloca para a música propagada pelo disco e pelo rádio, e esta assume a função, antes reservada às manifestações tradicionais, de representar a cultura nacional”, assinala.

 

O curso vai mapear a crise da indústria fonográfica, o intenso debate sobre direitos autorais e internet, as novas possibilidades tecnológicas de gravação, reprodução e divulgação. De acordo com o professor Frederico Oliveira Coelho, pensar as novas abordagens na música brasileira atualiza as discussões sobre o alto valor cultural, estético e mercadológico que a música popular detém até hoje. “Cada vez mais novos gêneros musicais, como o rap, o funk e o tecno-brega, fazem parte dos debates sobre a produção musical brasileira”, afirma.

 

Na programação ainda serão destacados temas como Crise da Canção, e Os Amores Cantados – Canção e Afeto de Lupicínio Rodrigues a Tom Jobim, além do item Música Preta Brasileira, termo  que, segundo o professor Miguel Jost, foi criado pelo jornalismo cultural dos anos 70 para designar a cena musical que incorporou ao panorama musical as novas influências do soul e da black music norte-americana.

 

As inscrições para O Som Nosso de Cada Dia podem ser feitas pelo site www.cce.puc-rio.br, pelo telefone 0800-970-9556 ou presencialmente na CCE, que fica em frente ao bicicletário da PUC-Rio. O início das aulas está previsto para o dia 11 de agosto.

 

 

Edição 216

 

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