O Projeto Comunicar acompanhou um dia de treinamento de guerra da Marinha brasileira. Para chegar ao Navio de Desembarque-Doca Rio de Janeiro, que estava em alto mar, a equipe de reportagem voou de helicóptero na aeronave de guerra Super Lynx.
Os repórteres de TV, jornal e rádio do Projeto Comunicar foram convidados a acompanhar um dia de treinamento de guerra da Marinha. Com doze mil toneladas e 155 metros de comprimento, o Navio de Desembarque-Doca Rio de Janeiro foi a embarcação que serviu de exemplo do trabalho dos tripulantes. O navio de guerra treina diariamente cerca de 400 homens para a patrulha das águas do litoral do país e dos rios navegáveis da Amazônia. Para Marconi Brasil, capitão de fragata, o adestramento, como chama os exercícios, nunca é demais: “O treino excessivo é para que as táticas sejam feitas no automático”, afirma.
A simulação de um homem no marUm dos exercícios feitos foi emparelhar o navio com a Fragata Bosísio (F-48). As embarcações ficaram lado a lado para treinar a possibilidade de troca de objetos, como mantimentos ou combustíveis. Simular a queda de um homem ao mar também foi um teste. Todos os dias existem provas para medir a atenção dos soldados. Durante o percurso pelo litoral carioca, da praia da Barra da Tijuca até Niterói, onde o navio atracou, as fragatas fizeram um desfile pela orla.
Almirante da Doca Rio de Janeiro, Aloysio cita a extensão do litoral brasileiro como o maior problema que a mais antiga Força Armada do país enfrenta. Para Aloysio, a ampliação do efetivo de embarcações deve ser encarada como a nova estratégia nacional de defesa. “Os navios não têm uma extensão determinada para atuar, mas mesmo assim fazem-se necessárias mais embarcações”, diz.
A aeronave Super LynxPara embarcar quando o navio está em alto mar, a tropa utiliza os helicópteros de guerra, como o Super Lynx (helicóptero N-4003). Foi nessa aeronave que chegamos ao barco, ela atingiu 800 pés, aproximadamente 270 metros de altura, apenas por estarmos num dia nublado. Piloto do Lynx, o tenente Alexandre Doring explica a função do helicóptero: “A aeronave decola do navio, procura a embarcação inimiga e ataca. No caso dessa aeronave, abatemos navios de médio porte. Para maiores navios, temos que atacar duas ou três vezes”, disse Doring.
No helicóptero, a presença do “Fiel” é indispensável. No Lynx, quem cuida do suporte mecânico é o cabo Lima. Antes de entrarmos, foi ele quem deu as dicas de segurança e escape da aeronave. Já o tenente Raphael Estrella fica ao lado de Doring, responsável pela parte tática do Lynx, atento ao radar, que localiza os navios, ao GPS (Sistema de Posicionamento Global) e ao tráfego aéreo. Estrella controla o nível de combustível e entra em contato com a torre, uma área da Marinha muito próxima da Aeronáutica.
O piloto e tenente Alexandre Doring– Quando nos formamos na Escola Naval, temos a opção de seguir na armada, que é a parte dos navios, na intendência, uma parte administrativa, ou ser fuzileiro, que são aqueles que vão para selva e para o campo. Eu e o Doring fizemos um curso de aperfeiçoamento de um ano e meio para pilotarmos. Só para a aeronave Lynx foram mais dois anos de estudo, explicou Estrella.
Plantão - Edição 211
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