O documentário O longo amanhecer, que retrata a história do economista Celso Furtado, foi exibido no penúltimo dia do Muticom. Na mesa de discussão, que aconteceu após a exibição do filme, estavam presentes José Mariani, diretor e roteirista da obra, Rosa Furtado, viúva do economista, jornalista e diretora do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, Angeluccia Habert, Diretora do departamento de Comunicação Social da PUC-Rio e Ricardo Ismael, professor do departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio.
Celso Furtado, intelectual brasileiro, foi um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento do Brasil e, entre muitas funções que exerceu, foi jornalista, funcionário público, advogado, pioneiro da Comissão Econômica pela América Latina – CEPAL, criador da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE, Ministro do Planejamento, professor de Universidades na Europa e Estados Unidos, Embaixador e Ministro da Cultura.
O mediador do debate, Ney Costa Santos, professor da PUC-Rio, traçou um paralelo entre o tema do 7º Mutirão Brasileiro de Comunicação e o projeto do economista. “A diversidade e mobilidade são dois conceitos que poderiam ser transportados da área da Comunicação Social para a área Político-Social e Antropológica, e assim se tornaria possível compreender o Brasil de hoje e acompanhar o pensamento de Celso Furtado”, afirmou.
As ideias de Celso Furtado são consideradas extremamente atuais, pois tratam de um sonho que nunca aconteceu, o do Brasil como um país desenvolvido. Daí surgiu o nome do filme, O longo amanhecer, também título do último livro do economista, que retrata a situação politica, econômica e social de um país que por muitos é considerado “o país do futuro” ou “um gigante adormecido”, mas nunca conseguiu alcançar a posição esperada.
”Celso sempre tentou atualizar o conceito de desenvolvimento e tentou entender porque o Brasil nunca chegou a ele”, afirmou Ricardo Ismael. “Para o desenvolvimento, é preciso governo. Há um desafio intelectual em observar como um país com tantos recursos e condições, como o Brasil, não é desenvolvido”, completou, citando o pensamento do economista.
Plantão - Edição 244 - Especial Muticom