Bolsista do ProUni ganha bolsa do CNPq de iniciação científica
05/11/2008 20:00
Carlos Heitor Monteiro / Foto: Giselle Leitão

Maria Clara Scaldaferri, aluna do Departamento de Química da PUC-Rio, foi uma das ganhadoras do 6º Prêmio Destaque do Ano na Iniciação Científica, uma iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Ela ficou com o segundo lugar na área de Ciências Exatas, da Terra e das Engenharias.

Maria Clara estudou uma reação
pouco pesquisada no meio acadêmico
Passar seis meses estudando a reação química que ocorre entre o sulfeto de hidrogênio e o radical nitrato pode não fazer sentido para a maioria das pessoas. Mas para Maria Clara Scaldaferri, aluna do curso de Química da PUC-Rio e bolsista do ProUni, essa pesquisa fez toda a diferença. Ela foi uma das ganhadoras do 6º Prêmio Destaque do Ano na Iniciação Científica, concedido anualmente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. A cerimônia de premiação foi no dia 20 de outubro, em Brasília, e teve a participação do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende.

 

Este ano, concorreram 147 trabalhos, divididos em três áreas: Ciências Exatas, da Terra e das Engenharias; Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes; e Ciências da Vida. Vencedora do segundo lugar em Ciências Exatas, da Terra e das Engenharias, Maria Clara competiu com outras 36 pesquisas, a maior parte oriunda de universidades públicas. Para André Pimentel, coordenador do curso de graduação em Química e orientador de Maria Clara, o prêmio é importante porque destaca a PUC entre instituições de ensino como a Unicamp e a USP. “Para ter uma idéia, o presidente do CNPq ligou diretamente para avisar que nós ganhamos”, disse.

 

Esta é a primeira vez que a PUC fica entre os três primeiros lugares na premiação do CNPq. Para alcançar a vitória, Maria Clara passou por um longo processo de pesquisa, que se iniciou em meados de 2007. “Os primeiros meses foram destinados a aprender a linguagem do software e ler a bibliografia”, explicou. Quanto à decisão de estudar a reação do sulfeto de hidrogênio com o nitrato, o que a motivou foi a vontade de trabalhar com algo inédito. “Eu tinha a opção de revisar uma pesquisa já publicada ou me dedicar a um assunto menos conhecido. Essa reação é muito pouco estudada”, comentou.

 

O sulfeto de hidrogênio é um acido corrosivo e poluente, encontrado no gás natural e no petróleo. Ele é responsável, por exemplo, pelo cheiro desagradável do ovo podre, e está presente em altas concentrações nos vulcões. O nitrato é um radical que só existe no período da noite. Segundo o professor André, o grande mérito do trabalho é a descoberta de que a reação do sulfeto de hidrogênio com o nitrato leva seis horas para se concluir, em meio aquoso. Na fase gasosa, a reação é muito mais lenta e praticamente não ocorre.

 

Essas descobertas têm relevância para a indústria de petróleo e energia. “O sulfeto de hidrogênio pode se transformar em enxofre nos tubos que transportam gás e petróleo, o que causa entupimento”, explica André. A partir de agora, Maria Clara vai se aprofundar no estudo da reação em fase aquosa, também sob orientação do professor André Pimentel. “Esse projeto também me abriu os olhos para o mestrado e doutorado”, disse Maria Clara.

 

O Vice-Reitor para Assuntos Acadêmicos da PUC-Rio, José Ricardo Bergmann, fez parte da banca de avaliação do CNPq. “Nós consideramos, principalmente, a consistência do relatório e a qualidade dos dados apresentados. Dá para perceber que o projeto de Maria Clara está muito bem executado”, afirmou. Segundo Bergmann, é importante que os alunos tenham a oportunidade de conhecer o processo científico. “Isso vai ser muito útil para a vida deles”, disse.

 

Para Sidnei Paciornik, coordenador do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) na PUC-Rio, essa conquista é um incentivo para que a Universidade invista cada vez mais em ciência. “A PUC é uma universidade privada que realmente faz pesquisa. Essa vitória mostra para a comunidade o quão ativos nós estamos”, disse. O Pibic é um programa do CNPq que financia programas de iniciação científica para alunos universitários. Atualmente, há 189 alunos com bolsa na PUC, cada um ganhando R$ 300 por mês.

 

 

Edição 208

 

Mais Recentes
Os vários papéis da polícia no Mundo Atlântico
Encontros da História da PUC-Rio reuniram palestrantes da Itália, México e Brasil
O 'Solidarismo' e os tempos atuais
Obra de Pe. Ávila é relançada em seminário na PUC-Rio
Alunos terão desconto em moradia universitária
PUC-Rio fechou parceria com Uliving, maior rede deste tipo de serviço no país