Pelo fim das armas atômicas
15/09/2009 16:30
Gilberto Porcidonio

Tratado regula uso da tecnologia nuclear entre países  

Um mundo em que a tecnologia nuclear não seja utilizada para o mal é no que acredita o embaixador Sérgio Duarte, Alto Representante das Nações Unidas para o Desarmamento desde junho de 2007. O palestrante convidado pela professora Monica Hertz, do Instituto de Relações Internacionais (IRI), para a palestra Regime de Não Proliferação Nuclear é, de acordo com ela, uma das pessoas que mais conhece o assunto no planeta.

 

O diplomata explicou que a palavra desarmamento tem um significado político de um mundo livre das armas nucleares. Dentre os países membros da ONU, os únicos que se recusaram a assinar o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares foram Índia e Paquistão, enquanto Israel se retirou do acordo.

 

- Se não houver interesse do governo de todos os países que possuem a bomba, os esforços que começaram na etapa final do governo Bush, nos Estados Unidos, de nada terão adiantado. O presidente Obama veio para estabelecer de vez o trabalho que se chama de “um mundo livre das armas nucleares”, permitindo que a sociedade civil, sempre muito ativa nesse ponto, participe. Nesse momento, Rússia e EUA estão negociando sobre o assunto e estarão fazendo o mesmo nas próximas convenções – disse Sérgio Duarte.

 

Em geral, os armamentos se dividem em duas categorias: os de destruição de massa, como os nucleares, os químicos (agente laranja e gás mostarda) e biológicos (vírus, bactérias e toxinas de organismos vivos); e os convencionais, como armas de fogo e explosivos.

 

Apesar de o debate girar em torno dos armamentos nucleares, justamente os convencionais são que fazem mais vítimas pelo mundo. É necessário criar e cumprir os instrumentos que não permitem a proliferação deles – afirmou o embaixador.

 

Apesar de todas as preocupações sobre o tema serem importantes, o tratado de Não Proliferação Nuclear, de acordo com Sérgio, possui um tom discriminatório pois os países que possuem a bomba se prontificam a não passar a tecnologia para quem não tem, e os que não possuem, se prontificam a não tê-las e a serem constantemente inspecionados pelos órgãos de controle.

 

- Isso acaba dividindo o mundo em dois: os que possuem a tecnologia e o que não a possuem. Além disso, países emergentes que possuem maiores avanços em tecnologia nuclear, como o Brasil, podem ter os laboratórios livremente inspecionados pela ONU, o que pode colocar em risco a soberania tecnológica. Ainda existem dúvidas sobre o Irã, mas não há indícios de que o país tenha este tipo de armamento – assinalou.

 

 

Edição 220

 

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