Em 2014 comemoram-se os 30 anos do maior movimento popular da história do Brasil: a campanha das Diretas Já. O Regime Militar que governava o país há 20 anos estava enfraquecido. Críticas de corrupção, denúncias de torturas e violência, a crise econômica e a alta da inflação criaram um panorama agravado pela impossibilidade do voto direto para presidente. A perspectiva trazida pela votação da Emenda Constitucional do deputado federal Dante de Oliveira, que propunha as eleições diretas, acirrou o clamor das manifestações que tomaram ruas e praças das cidades brasileiras em 1984.
O movimento se espalhou por várias cidades e instituições brasileiras e a PUC- -Rio participou ativamente deste momento político. No dia da grande manifestação a Associação de Funcionários (AFPUC) e a Associação de Pós-Graduandos (APG) mobilizaram funcionários e alunos. O Diretório Central dos Estudantes (DCE) saiu do campus com faixas em passeata pela rua Marquês de São Vicente. Professores afi liados à Associação de Docentes (ADPUC), órgão criado para dialogar e negociar com a direção da Universidade, incorporaram suas pautas às demandas da sociedade. Com faixas e dizeres como “Liberdade de Expressão PUC” e “Diretas Já PUC”, eles se juntaram às mais de um milhão de pessoas que clamavam na Candelária por mudanças, eleições limpas e diretas, pela volta do regime democrático e o fi m da ditadura.
Os anseios do movimento estudantil, dos docentes e funcionários ultrapassaram os muros da PUC-Rio e se juntaram às inúmeras vozes que lutavam por uma sociedade mais igualitária, livre e democrática. Suas reivindicações foram parcialmente atendidas. Apesar da emenda não ter sido aprovada, em 1985 o poder civil foi restaurado com a eleição, ainda que indireta, de um novo presidente. O tempo dos governos militares se encerrava.