O futebol motorizado conquistou a América do Sul com Bernardo Borges, de 20 anos, aluno do 6º período de Comunicação Social. Ele faz parte do primeiro time de Power Soccer do Brasil e recebeu o título de melhor jogador das Américas. Além de ser bicampeã brasileira, a equipe também ganhou, em junho, no Uruguai, a 1° Copa Powerchair Libertadores. E o time já está escalado para disputar, pela primeira vez, o Mundial de Power Soccer, nos Estados Unidos, em 2016.
O futebol de cadeira de rodas é uma modalidade paradesportiva praticado por pessoas com tetraplegia e distrofia muscular. Ela e existe no Brasil desde 2011, mesmo ano da criação da Associação Brasileira de Futebol em Cadeira de Rodas (ABFC), reconhecida pela Federação Internacional de Futebol Motorizado (FIPFA) como primeiro membro sul-americano a desenvolver a modalidade.
O esporte chegou ao Brasil por iniciativa do Instituto Novo Ser, no Rio de Janeiro, que, em 2010, reuniu um grupo para conhecer o Power Soccer e aprender as técnicas para desenvolvê-lo.
Bernardo treina desde outubro de 2011, quando a modalidade começou a ser praticada no país. A experiência com o jogo aumentou a autoestima e ajudou a superar os obstáculos impostos pela deficiência.
– Jogar é a realização de um sonho. Depois que fui para a cadeira de rodas pensei que não tinha mais chance nos esportes. Achei que iria só estudar e trabalhar. No esporte, tenho a oportunidade de conviver com pessoas que têm a mesma deficiência que eu, e isso me possibilita ver que não estou sozinho, que não sou o único. Me ajudou a superar os obstáculos e melhorar a qualidade de vida, inclusive na minha relação familiar, pois meus pais estão sempre ao meu lado, me apoiando.
Para ele, o esporte não é muito conhecido por ainda não ser paraolímpico, o que dificulta a obtenção de patrocínio.
– O conhecimento do esporte cresceu, especialmente com a ajuda das redes sociais. Em 2024, tentaremos pela terceira vez incluí-lo na Olimpíada.
O Power Soccer tem o mesmo objetivo que o futebol: fazer gols. Já as regras variam, pois o jogo é composto por dois tempos de 20 minutos, com 10 minutos de intervalo, e é permitida a participação dos treinadores. Ele é praticado em uma quadra de basquete e cada equipe tem quatro jogadores, três na linha e um no gol.