O brasileiro passará a ser conhecido também por sua Ginga – e aqui o termo não é aplicado na acepção do dicionário – que fala de meneio, bamboleio, graciosidade corporal – mas refere-se ao sistema que será adotado para a televisão digital brasileira, batizado com uma das celebradas características do povo deste país. No dia 3 de julho, no auditório do Instituto Militar de Engenharia (IME), foi realizada a abertura da série de encontros Ginga Brasil, que contou com a participação de representantes políticos do Ministério do Planejamento e da Casa Civil, além dos pesquisadores responsáveis pelo middleware. Por meio de workshops, cursos e palestras, o projeto pretende levar ao grande público - e especificamente às populações mais excluídas na era digital - o conhecimento gerado durante os muitos anos de pesquisa que levaram ao Ginga.
O Ginga Brasil é uma iniciativa conjunta de diversas organizações do ramo da informática, além da PUC-Rio e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), centros acadêmicos onde o sistema foi desenvolvido. Na cerimônia de abertura, o Ginga foi oficialmente lançado em linguagem aberta, ou seja, todo internauta pode baixá-lo em seu computador e propor alterações. Exibições em três telões demonstraram que o programa está pronto para ser usado em aparelhos comerciais.
– O Ginga foi desenvolvido graças à parceria de duas universidades. Queremos, agora, que programadores em geral possam melhorar o middleware. Acreditamos no trabalho colaborativo, disse Luiz Fernando Gomes Soares, professor da PUC e um dos criadores do Ginga.
O programa foi desenvolvido depois de dezoito anos de pesquisa conjunta da PUC-Rio e da UFPB. O governo federal, recentemente, anunciou que o Ginga será o middleware adotado pelo Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD).
Edição 189