Poeta e tradutor Paulo Henriques Britto conversa com alunos de Letras
15/06/2007 12:00
Ana Terra Athayde

O escritor Paulo Henriques Britto participou, no dia 14 de junho, da série Encontros com Autores da Literatura Brasileira, promovida pelo professor Júlio Diniz, do Departamento de Letras. Durante o encontro, realizado na sala 114-L, ele comentou a elaboração de seu livro Macau.  

Letras, pontos e retas no quadro-negro. Quem entrasse na Sala 114-L, no dia 14 de junho, poderia muito bem pensar que iria assistir a uma aula de matemática. Quem usava o giz, no entanto, era o poeta e tradutor Paulo Henriques Britto. Com muita simpatia, ele mostrava aos alunos que técnicas utiliza ao compor poemas, além de garantir que sua preocupação ultrapassa aspectos meramente formais. A conversa encerrou a série Encontros com Autores da Literatura Brasileira, promovida pelo professor Júlio Diniz, do Departamento de Letras.

 

Macau, ganhador do Prêmio Portugal Telecom de Literatura Brasileira, em 2004, foi o livro escolhido para ser comentado pelo autor. “Minha poesia é muito ligada à subjetividade e à linguagem”, explicou. Esses são dois temas presentes na obra, que aborda, ainda, a morte e a banalidade da vida. Os poemas foram agrupados, a princípio, através de sua forma, mas muitos possuem uma temática em comum.

 

O primeiro contato de Paulo Britto com a poesia se deu através de Shakespeare, no período de sua infância em que morou nos Estados Unidos. Após voltar ao Brasil, o escritor se encantou com as obras de Fernando Pessoa e dos modernistas. Tradutor de Lord Byron e Elizabeth Bishop, entre outros, Paulo escreve poemas tanto em português como em inglês. “Você tem a sensação de que não é exatamente a mesma pessoa ao escrever numa língua que não a sua”, disse. O próximo livro de Paulo, Tarde, tem lançamento previsto para agosto e nele constarão quatro poemas do autor traduzidos por ele mesmo. “Nestes casos, muitas vezes eu acabo re-escrevendo o poema”, explicou.

 

Edição 188 - Plantão