Comportamento no trânsito
03/10/2008 16:00
Cristiane Barbalho

Pesquisa sobre o comportamento no trânsito abre conferência Tanto Hierarquia Quanto Igualdade: Considerações sobre o Espaço Público Brasileiro, no auditório do RDC. Roberto DaMatta, antropólogo e professor do Departamento de Sociologia e Política, recebeu financiamento do Detran de Vitória, no Espírito Santo, para analisar as atitudes da população na estrada.

Antropólogo e professor do Departamento de Sociologia e Política, Roberto DaMatta alerta que os brasileiros têm que aprender a respeitar o outro para viver melhor. Segundo ele, “a maneira como dirigimos é a mesma que andamos”. A afirmação foi feita com base em sua pesquisa, Reflexões sobre o Trânsito e Comportamento: Notas de Uma Pesquisa, apresentada no auditório do RDC, no dia 29 de setembro, que abriu a conferência Tanto Hierarquia Quanto Igualdade: Considerações Sobre o Espaço Público Brasileiro.

 

Na pesquisa financiada pelo Detran de Vitória, no Espírito Santo, o antropólogo analisa o comportamento da população na estrada. “A pesquisa é qualitativa e não quantitativa”, disse DaMatta, ao iniciar sua apresentação. De acordo com ele, o brasileiro tem um sério problema em respeitar e obedecer, pois não consegue ver direitos e deveres no mesmo lado da ‘moeda’. “Não há respeito, pelos pedestres e pelos motoristas”, afirmou.

 

Autor de inúmeros livros sobre a sociedade brasileira, como Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro, Roberto DaMatta, tem como um dos principais pontos de sua pesquisa tirar o foco do estado como o responsável por solucionar os problemas.

 

– Não é uma pesquisa para fazer leis melhores no Brasil, de acordo com o Rio de Janeiro ou outra cidade, mas compreender esse poder público, como um comportamento diário, rotineiro, e suas implicações sociais. Ou seja, como é que as pessoas se comportam dentro de um automóvel, porque aí você faz ligação com o comportamento social, com os valores e opiniões do que a gente pensa sobre o mundo, comentou DaMatta.

 

Para o antropólogo, os valores e as representações falam da forma como o mundo deveria ser, ao mostrar o que é certo ou errado, feio ou bonito, justo ou injusto, central ou marginal. Percepções que são de toda a sociedade e que ordenam o mundo e promovem atitudes e reações. “Você é obrigado a reagir, quando vê certas coisas, e em muitas outras se sente coagido. Reagimos de maneira negativa ou positiva quando um motorista atravessa o sinal vermelho ou quando um carro nos ultrapassa”, exemplificou DaMatta.

 

 

Plantão – Edição 206

 

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