O teatro e as forças armadas no Colóquio Internacional sobre Foucault
20/08/2015 11:50
Matheus Paulo Melgaço e Rayanderson Guerra / Fotos: Bruno Pavão

No segundo dia do Colóquio Internacional Reinvenções de Foucault, questões relacionadas ao teatro e a pederastia nas Forças Armadas brasileiras foram abordadas nos debates. Encontro prossegue até o dia 21 de agosto

Buscar atualizar e analisar a obra de Michel Foucault a partir das questões relacionadas ao teatro, a pederastia nas Forças Armadas brasileiras. Esses foram os temas tratados no segundo dia do Colóquio Internacional Reinvenções de Foucault, no dia 19 de agosto, auditório B8. Na ocasião, o encontro reuniu a professora Alessandra Vannucci, do Departamento de Letras, a doutoranda de Direito Aline Caldeira, a graduada em Direito Luisa Portugal e, como mediador, o professor visitante do Departamento de Direito Antonio Pele.

A doutoranda em Direito Aline Caldeira analisou os casos de pederastia nas Forças Armadas no Brasil, a partir da obra A História da Sexualidade, de Michel Foucault. Ela classifica pederastia como um ato libidinoso, homossexual ou não, dentro de áreas militares. Assim, ela analisou cinco processos registrados entre 2011 e 2014, após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconhecer a união homoafetiva no Brasil.

Já a professora Alessandra Vannucci, do Departamento de Letras, aborda como dialogar com o teatro e com o filósofo francês. Para ela, Foucault questiona o papel que a sociedade ocidental tem reservado ao teatro.

- Enquanto a filosofia buscava, em grande medida, uma dicotomia entre o real e o ilusório, o teatro vai por uma via contrária, unindo e mistificando as questões – analisa.

Na parte da tarde, o debate foi sobre as relações de poder presentes em discursos e condições históricas, econômicas e políticas, com base nas obras de Michel Foucault. A professora Rachel Nigro, do Departamento de Direito da PUC-Rio, a doutoranda Julia Naidin, da UFRJ, e a doutora em filosofia Angelica Pizarro os trabalhos e pesquisas realizadas por elas sobre Foucault.

O problema da norma no funcionamento do poder em sociedade punitiva foi o tema proposto por Angelica, que abriu a discussão. Julia Naidim abordou o saber, poder e a contingência a partir da obra de Michel Foucault. Ela cita um trecho do pensamento de Foucault sobre a resistência como forma de poder: “Veja que se não há resistência, não há relações de poder. Porque tudo seria simplesmente uma questão de obediência”. Segundo ela, o filósofo explica poder a partir dos efeitos dentro do sujeito.

– Como ele fala no livro Vigiar e Punir, pela interiorização do olhar do cárcere. Esse seria o objetivo final do funcionamento do poder, quando a gente não precisa mais do cárcere, a gente se transforma nele. Isso é o grande sucesso na sociedade.

A professora Rachel encerrou o ciclo de apresentação com o tema Foucault e os procedimentos estruturais: do enunciado às práticas discursivas. Ela explicou o rótulo de estruturalista recebido por Foucault e as relações do filósofo com o estruturalismo.

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