Uma das provas de que o batuque não pode parar é o Samba do Trabalhador que, com um horário nada convencional - segundas-feiras a partir das 14h - chega a receber mais de mil pessoas em um só dia no Clube Renascença, no Andaraí. A idéia do encontro surgiu quando os sambistas, interessados em um momento para curtir um pouco de música, resolveram se reunir em seu único dia de folga para tocar entre eles. Na primeira semana, umas trinta pessoas apareceram para assistir, na segunda, 150 e, com três meses de existência, o evento já recebia 1.500 pessoas.

Segundo os organizadores, o samba atrai os trabalhadores do comércio que folgam na segunda-feira, como cabeleireiros, garçons e os próprios músicos, que aderiram de imediato. Sambistas conhecidos como Beth Carvalho, Marquinhos Satã, Almir Guineto e vários outros já apareceram por lá e cantaram com a banda. O percussionista Vandinho Ribeiro explica o controverso nome do evento:

– Se chama Samba do Trabalhador, não pelos trabalhadores formais, mas porque segunda-feira é o dia que nós, músicos, temos de folga. Começou com esse intuito dos amigos músicos se reunirem, mas a galera acabou aderindo também. Vandinho conta que algumas pessoas deixam de trabalhar para ir ao samba: "Tem gente que vai doar sangue na segunda-feira para ganhar o dia e vir para cá."

Devido ao grande sucesso de público, o samba ganhou mais um dia, sábado, a partir das 15h, e o grupo gravou um DVD com o nome do evento. O Renascença fica na Rua Barão de São Francisco, 54. O preço do couvert é acessível: R$ 2, na segunda-feira e R$ 6, no sábado,. No local, é possível ver tanto crianças como idosos curtindo a programação que, segundo o organizador Moacir Luz, compositor e integrante da banda, é a cara do Rio de Janeiro.

Edição 194