Santo brasileiro para o mundo
21/05/2007 18:00
Thiago Camara - Enviado Especial

Missa de canonização de Frei Galvão

Com o palco vazio, multidão aguarda início da canonização

Um evento histórico foi a missa de canonização de Antônio de Sant’Anna Galvão, o Frei Galvão, no terceiro dia da visita de Bento XVI ao Brasil. Pela primeira vez um santo brasileiro foi canonizado fora do Vaticano. A iniciativa do próprio Papa atraiu cerca de 1,2 milhão de pessoas ao Campo de Marte, na zona oeste de São Paulo.

– A canonização é um fato muito marcante, mostra a esperança que o Papa tem no Brasil, comentou Roberto de Souza, curitibano de 23 anos.

Desde o início da madrugada, peregrinos chegavam ao local do evento para participar de uma vigília de oração. Com a presença dos padres Marcelo Rossi e Jonas Abib, e comunidades como Shalom e Canção Nova, os fiéis preparavam a alma e se esquentavam do forte frio da noite paulistana.

A expectativa pela chegada de Bento XVI era grande, e por volta das 9h20m, o Santo Padre já percorria o Campo de Marte a bordo de seu papamóvel. Do início da missa até o Brasil ter efetivamente seu primeiro santo, decorreram cerca de 30 minutos. O povo vibrou.

Na homilia, Bento XVI conquistou mais uma vez os fiéis presentes: "Tenham a certeza de que o Papa vos ama porque Jesus vos ama". Bento citou Frei Galvão como exemplo de valorização do Santíssimo Sacramento e de exemplo de paz e fidelidade a Deus. "Vocês devem se espelhar no santo de Guaratinguetá".

Da Moca, bairro paulistano, ou do Paraguai, o desejo do povo presente era estar em unidade com a Igreja Católica. Dona Levina Oliveira, de 61 anos, costureira e, segundo ela, católica desde o nascimento, se emocionou ao participar da missa.

– A canonização foi uma benção. Vim pedir ao Frei Galvão sua intercessão para os problemas sociais do Brasil, afirmou.

Foi para fortalecer sua fé que Rodolfo Céspedes, de 37 anos, saiu do Paraguai para acompanhar a visita do Papa a São Paulo.

– Como cabeça da Igreja, nesta visita, Bento XVI ajuda a unificá-la no Brasil e em toda a América Latina, disse.

Para o padre Marcelo Cerve, de Jaboticabal, São Paulo, o Papa quis dizer para todos os brasileiros que é possível ser bom:

– Frei Galvão foi um homem da paz e do bem. Como o ser humano precisa de referenciais, hoje ele passa a ser um.

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Edição nº 186