A restauração do contato consigo mesmo, com os outros e com o mundo, e a capacidade do ser humano de se autorrealizar e desenvolver o próprio potencial. Esse foi o assunto abordado na conferência A Relação de Ajuda Segundo o Modelo da Gestalt Terapia, ministrada pela psicóloga Anna Ravenna, fundadora e diretora do Instituto Gestalt Firenze, em Roma. O encontro ocorreu no Auditório Padre José de Anchieta, no dia 23 de março, e reuniu alunos de psicologia da Universidade de diferentes períodos.
Na palestra, Anna Ravenna relatou que, na atualidade, pouco se fala sobre o sentir. Por isso, o modelo Gestáltico valoriza o a relação do ser humano com o outro, por ser uma forma diferente de ver o mundo. Ela explica que existem três postulados em que a Gestalt Terapia se baseia. O primeiro é o sentir, que significa fundar a existência por meio dos sentimentos. O segundo é a visão holística, que significa um conjunto de relações indefiníveis. Nela, as relações são experimentáveis, mas não concretas, ou seja, cada parte que muda, todo o conjunto é modificado também. O terceiro aborda a questão da relação de ajuda, em que é preciso conhecer o indivíduo para ajudá-lo.
– Estamos imersos em uma cultura do pensamento. Nos ensinam a pensar racionalmente desde que somos crianças, e, muitas vezes, o sentimento é colocado de lado. O ser humano cria o ambiente que chamamos de cultura. Na sessão gestáltica, não se tem um modelo a seguir, deve-se deixar levar pelo sentimento para encontrar o reino da liberdade.
A professora Sandra Salomão, do Departamento de Psicologia da PUC-Rio, comentou que a Gestalt Terapia é um modelo psicoterapêutico que se apoia no trabalho fenomenológico e na experiência relacional com o paciente, e tem como base as emoções. Para ela, é uma terapia como outra, porém com uma abordagem mais voltada para o trabalho emocional, tanto do terapeuta quanto do paciente.