Construir uma marca pessoal não é tarefa para qualquer um. A influencer Malu Borges assume esse risco diariamente ao apostar em looks ousados no TikTok, no quadro popularmente conhecido como “Arrume-se Comigo”. Com mais de 4 milhões de seguidores nesta rede social, ela é conhecida por usar itens controversos: balaclava, sapatos com salto de sabão e bolsas de toalha. No primeiro dia da série de palestras organizadas pela Empresa Júnior PUC-Rio, a TikToker mostrou como é pensar a moda como profissão e empreendimento, e não apenas como hobby.
Malu contou a trajetória pessoal, desde a faculdade de nutrição – curso que iniciou, mas não concluiu –, até quando se enxergou como uma marca. Segundo ela, o olhar de fora é fundamental para a construção de uma ponte com marcas parceiras e para a identificação com o público, que, atualmente, preza por conteúdo em que pode confiar.
— Observamos esse movimento na sociedade, a separação em comunidades menores, mas que tem segurança um no outro. Preciso que meu público acredite em mim, é necessário criar esse vínculo. É natural, é de verdade, a conexão é genuína. Essa credibilidade faz com que a minha marca, o meu nome, se consolide, já que o meu selo é de confiança.
Relacionamento com o público
No segundo dia do Entrando no Jogo, 31 de agosto, a empreendedora e co-fundadora da Makai Bikini, Caroline Mauro, também abordou a importância do nicho para as marcas. Na palestra intitulada “Como transformamos nosso hobby em carreira”, ela afirmou que ter um público-alvo bem delimitado auxilia a criação de uma relação mais estreita com os clientes.
— Quanto mais você sabe sobre determinado assunto, mais autoridade ganha em cima desse segmento e, por isso, se torna a opção mais relevante para uma dor específica. Não é dizendo “não” que você não vai fazer sua marca crescer. Quando você nega outras pessoas, diz “sim” para as suas pessoas.
As duas palestrantes comentaram sobre a construção das marcas e consolidação do público. Malu mencionou a liberdade criativa e a conexão com os seguidores, que vão além do conteúdo fashion. Os admiradores acompanham não apenas a marca, mas também o estilo de vida, o que torna tudo mais orgânico. Já Caroline ressaltou a relevância de uma mudança de perspectiva: inicialmente, a Makai surgiu como uma solução para um problema enfrentado por ela – a falta de biquínis que a agradasse –, mas agora tudo é pensado para as consumidoras. De acordo com a empresária, é indispensável um olhar atento às necessidades das “babes”, nome dado às clientes da marca.
A presença das empreendedoras abriu espaço no Entrando no Jogo para debater os caminhos profissionais na moda e na internet. Ao dividir as trajetórias, elas apontaram direções possíveis para o público presente que busca se inserir neste mercado de trabalho.