"Ser" e "estar" na língua inglesa possuem o mesmo significado. Mas no português e no campus da PUC esta realidade é inversa. Estar na Universidade não necessariamente implica fazer parte dela. Algumas locações não são voltadas apenas para alunos e funcionários, e estão abertas ao público em geral. O Restaurante PUC-Rio (Bandejão) by Sodexho, a biblioteca e a Igreja do Sagrado Coração de Jesus são exemplos desses espaços.
Pratos variados, sucos diversos e sobremesa; tudo por um único preço. Nos horários de funcionamento do Bandejão, a entrada é permitida a qualquer um. Porém, alunos e funcionários ganham um desconto de R$ 2, enquanto os visitantes pagam preço integral de R$ 7,50.
– Em média, de 200 a 300 pessoas vêm almoçar na PUC. A maioria delas vem porque estão utilizando algum espaço da Universidade e aproveitam para comer no Bandejão. Agora, tem algumas pessoas que, por morarem nas redondezas, sozinhas, aproveitam e vêm almoçar aqui, diz Maria Antônia de Souza, Administradora do Bandejão.
Por ser um ambiente tranqüilo e com boa estrutura, a biblioteca é outro lugar muito freqüentado por pessoas que não têm vínculo com a PUC. Em média, 90 pessoas solicitam a carteirinha de visitante para acessar o espaço interno da biblioteca por dia. Para a maioria, os livros não são a prioridade, mas sim o local propriamente dito.
– Eu gosto de estudar em bibliotecas, em primeiro lugar. Freqüento a PUC há cinco anos, desde a minha graduação, e continuo vindo aqui, porque a biblioteca é silenciosa, perto da minha casa, confortável e bem iluminada. Eu nem pego muitos livros daqui, uso mais o espaço, porque estudar aqui é muito diferente de estudar em casa, afirma Camilo Venturi, aluno de mestrado da Uerj.
Além da biblioteca, a área verde do campus também serve como atrativo para visitantes interessados em locais tranqüilos para estudar. "É um lugar agradável e próximo. E ter um estacionamento seguro conta muito", afirma Bruno Vilanova, do 12º período de Medicina da UFRJ.
Em se tratando de uma universidade católica, não poderia faltar, entre suas construções, uma igreja que atenda à sociedade com missas e encontros religiosos.
– Quanto aos motivos pelos quais muitos visitantes freqüentam a nossa igreja, poderíamos focar dois pólos. Um, a gente pode dizer que é uma qualidade de atendimento, que eu chamaria de pastoral. Porque é uma missa bem celebrada, sempre com um padre que tem uma linguagem acessível, mas que contribui para a reflexão. O outro pólo é uma qualidade prática, porque é uma igreja bonita, que tem ar condicionado, estacionamento, segurança. Então acaba sendo um atrativo, afirma padre Eduardo Beltramini, coordenador do Centro de Pastoral Anchieta, cujo endereço é o subsolo da igreja.
Padre Djalma Rodrigues de Andrade, Capelão da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, dá outro foco à circulação de visitantes. Segundo ele, a Universidade se tornou um espaço ecumênico, de encontro e de paz.
– A PUC é um canal que mantêm a relação da Universidade com seus ex-alunos, ex-professores e ex-funcionários, compondo, assim, um local de encontro de várias gerações. Essa igreja é não só uma marca da nossa fé, como também um canal de encontro independente até da própria crença, acrescenta.
Além dos estudos e da igreja, a PUC também compartilha o seu espaço com visitantes que a procuram só por lazer. Estudantes de colégios próximos e mães com seus bebês compõem o ambiente universitário, que por vezes se transforma até em palco para corridas matinais.
Edição 184