Cardeal Dom Orani
13/03/2014 19:55
Prof. Miguel Pereira

Artigo do prof. Miguel Pereira, que representou a PUC-Rio nas cerimônias do cardinalato de Dom Orani em Roma

Papa Francisco pediu a Dom Orani que desse o seguinte recado aos brasileiros: "roubaram meu coração"
Eram 11 horas e 35 minutos, do dia 22 de fevereiro, quando Dom Orani João Tempesta foi chamado, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, diante do Papa Francisco, para receber das suas mãos o barrete cardinalício. Este sinal de entrada em um colégio especialíssimo foi saudado pelo Sumo Pontífice como sendo um lugar de serviço e não de poder dos príncipes. A missão de assessoria e apoio ao governo da Igreja Católica é, no entanto, nobilíssima, e são poucos os que dela fazem parte. Os cardeais, no Consistório e fora dele, têm importantes funções nos destinos da Igreja, sendo a mais específica a eleição do novo Papa, quando convocados para o Conclave. Para nós brasileiros, e, em especial, para o Rio de Janeiro, o cardinalato de Dom Orani é também um reconhecimento do Papa Francisco aos momentos do acolhimento estupendo que recebeu durante a Jornada Mundial da Juventude. Ele se sentiu tão bem no Brasil que brincou com Dom Orani, logo depois da cerimônia, pedindo que transmitisse aos brasileiros o seguinte recado: ¨Vocês são todos ladrões. Roubaram o meu coração¨.

Uma simpática brincadeira do Papa que Dom Orani confidenciou aos jornalistas na coletiva que deu à imprensa, no Colégio Pio Brasileiro, no domingo, dia 23, antes da primeira cerimônia religiosa de Ação de Graças como Cardeal. Discreto e sem revelar possíveis questões de bastidores, falou de sua descendência italiana e da visita que fez à localidade, perto de Rieti e Aquila, de onde vieram seus antepassados. Ao chegar, a primeira pessoa que encontra é uma criança que tem no nome Tempesta. Essa viagem à própria história não foi mero acaso. A primeira missa que celebrou como Cardeal teve também uma dupla significação. Escolheu que fosse na Igreja das Catacumbas de São Sebastião, onde o santo foi martirizado, como invocação de proteção à cidade do Rio de Janeiro. Além desse sentido primeiro, havia outro. Essa igreja de São Sebastião foi um convento dos monges cistercisenses e nela está enterrado o até então único cardeal da ordem antes de Dom Orani.

Ele estava feliz. Não só por ele. A honra e a alegria que trazia no seu coração era também distribuída para a Arquidiocese do Rio de Janeiro e todo o povo carioca. Os que ali estavam – mais de 200 brasileiros – viveram um momento único de suas existências. Seguindo as recomendações do Papa Francisco, o nosso Cardeal convidou a todos para voltarmos ao trabalho com o ardor juvenil dos que desejam mudar o mundo para melhor.

Miguel Pereira coordenador-geral do Projeto Comunicar e coordenador dp curso de Pós-Graduação do Departamento de Comunicação • representou a PUC-Rio nas cerimônias do cardinalato de Dom Orani em Roma.

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