Cuidando da Terra
17/12/2012 14:59
Luiz Felipe Guanaes Rego



 

As complexas relações que envolvem o meio ambiente e a sociedade se transformaram no grande desafio que se apresenta à humanidade. A melhoria da qualidade de vida planetária é uma reivindicação justa e equânime. O desenvolvimento é uma prerrogativa necessária aos países para viabilizar condições de bem estar a sua população.  Por outro lado os recursos naturais que se somam a varias externalidades como as mudanças climáticas, a perda da biodiversidade entre outras, veem se deteriorando de forma muito acelerada, espelhando a necessidade de buscarmos outros paradigmas que propiciem um equilíbrio entre o bem estar da população e os múltiplos sistemas que viabilizam a vida em nosso planeta. Precisamos integrar o ambiente a nós, sendo parte, estando incluído. O estimulo ao desenvolvimento tecnológico de baixa impacto ambiental, novas perspectivas éticas ambientais e a transformação do próprio individuo permitirão um desenvolver equilibrado numa perspectiva ampla onde o ambiental, o econômico e o social caminhem de mãos dadas.

Consciente do enorme desafio que se apresenta a Companhia de Jesus criou em 2010 uma força tarefa composta por sete Jesuítas, especialistas em meio ambiente, representando os cinco continentes. O grupo produziu um documento direcional denominado Curando um Mundo Quebrado que orienta as escolas e faculdades Jesuítas pelo mundo a estabelecerem uma nova cultura incluindo valores ambientais e práticas sustentáveis em todo o processo de ensino e pesquisa. O documento pode ser encontrado em http://issuu.com/sjssj/docs/sanar_un_mundo_herido.

Esta iniciativa vem se somando a varias outras que estão ocorrendo a nível global e regional. Como exemplo podemos citar o boletim online EcoJesuit (http://ecojesuit.com/) que objetiva dar visualização  as ações ambientais que ocorrem pelo mundo desenvolvidas por Jesuítas , estimulando a criação de redes e a disseminação de boas ideias. Iniciativas regionais como a pesquisa desenvolvida pela Conferencia das Províncias Jesuítas da América Latina (CPAL) que produziu uma radiografia detalhada das ações e praticas sustentáveis desenvolvidas por escolas e faculdades Jesuítas na América Latina. Ainda dentro do contexto da América Latina foi criada uma comissão, onde a PUC-RIO tem um acento, que acompanhará o projeto ecológico da CPAL para a região.

No mês de outubro passado a PUC-RIO, representando a CPAL, participou da criação do Projeto Internacional Inaciano de Ecologia (IJEP) coordenado pela Universidade Loyola de Chicago. O projeto visa suprir uma lacuna nos conteúdos ambientais oferecidos nas escolas secundárias e início dos cursos nas faculdades Jesuítas pelo mundo. O desafio será integrar forte conteúdo técnico cientifico, princípios éticos claros e uma perspectiva espiritual. A formação socioambiental se configura no equilíbrio entre estas três dimensões propiciando um formado consciente capaz de intervir na transformação da sociedade dentro de uma nova perspectiva.

O projeto desenvolverá conteúdos sobre temáticas ambientais em ambiente web em vários idiomas. Inicialmente foram convidados representantes de instituições Jesuítas de cinco continentes e um grupo de cientistas que durante um workshop, ocorrido na ultima semana de outubro no campus ecológico da Universidade Loyola em Woodstock, foi estabelecida a estrutura dos conteúdos que serão expressos no site. Este mesmo grupo voltando para as suas instituições deverá desenvolver este material até abril de 2013, quando serão organizados encontros regionais pelo mundo com representantes de instituições de ensino jesuíta visando discutir os conteúdos, somando as experiências locais ao processo garantindo grande capilaridade ao projeto. O lançamento oficial do site ocorrerá no final de 2014 em Roma.

Essas ações a nível global e regional criam um clima favorável a mudanças e transformações locais nas instituições de ensino Jesuíta. A nossa PUC-RIO ganha uma espécie de reforço nas suas ações em prol de uma universidade sustentável, expressa nos objetivos de curto, médio e longo prazo de nossa Agenda Ambiental Institucional, ampliando nosso compromisso no sentido de formar nossos alunos num ambiente, onde práticas sustentáveis sejam balizadoras do dia a dia em nosso campus.

 

Luiz Felipe Guanaes Rego

Coordenador do NIMA PUC-RIO

Edição 265

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