Você é capaz de fazer um filme em três dias? A Maratona Curta um Fim de Semana, organizada pelos alunos de Cinema Vitor Leite e Fernando Lima, com o apoio do Departamento de Comunicação e do Grupo Estação, propôs o desafio. O concurso começou às 17h da sexta-feira, 15 de setembro, e terminou na segunda, 18, às 19h, com a exibição dos curtas-metragens. Dos grupos sorteados, apenas um não conseguiu cumprir a proposta. Para julgar a produção dos alunos, foram convidados os jurados Anderson Quak, João Jardim, Ruth Albuquerque e Marcelo Taranto. A equipe vencedora foi a Noz Moscada, com o divertido curta policial O Quinto, que ganhou o prêmio de R$ 500 e 50 ingressos de cinema. O saldo foi tão positivo que os organizadores pensam em repetir a experiência, no próximo período.
Sete passos para fazer um curta
Uma das equipes a se aventurar na maratona foi a Agregados Anônimos, composta pelos repórteres do JORNAL DA PUC Bernardo Feital, Caio Barretto, Maíra Menezes, Verônica Ferreira e Virginia Primo e pelos agregado Bárbara Adams, Bruno Rohde, Luana Fernandez e Mario Cascardo.
Contamos abaixo como foi essa aventura.
Sorte - O grupo de estudantes de Jornalismo, sem muita experiência em fazer filmes, foi um dos doze sorteados entre os 36 inscritos. Os nove alunos se dispuseram a trocar o descanso de um final de semana, por um tiro no escuro. Três dias, 72 horas, ou 4.320 minutos. Era o tempo que tínhamos para formular uma idéia e concretizá-la em imagem e som.
Desafio - Além do prazo, cada grupo teve que sortear um gênero, um personagem e um cenário, sobre os quais desenvolveriam seu roteiro. Recebemos o gênero ação, um crítico de cinema como personagem e a tarefa de filmar em um restaurante. Partimos com apenas uma câmera PD-170 e um spot para a primeira etapa: elaborar o roteiro.
Idéia - Terminado o sorteio dos temas e com a fita Mini-DV na mão, nos concentramos na redação do JORNAL DA PUC. Após muitas discussões e poucas conclusões, partimos (literalmente) para a ação, sem saber como terminaria nosso curta. Aprendemos uma lição: não começar um filme sem o roteiro.
Gravação - Da PUC à Barra da Tijuca, começamos a filmar naquela mesma sexta, às 23h, a cena do restaurante. De lá, partimos para a praia da Barra, onde gravamos imagens relacionadas com o tema da nossa história: prostituição. A correria, o perigo de bater nos carros em alta velocidade e o cuidado para não sermos flagrados fizeram parte de nossa primeira noite, que acabou às 4h.
Dificuldades - Como nenhum integrante do grupo tinha uma habilidade específica, as funções não foram divididas. Ou seja, TODOS tinham palpite e cada decisão passava antes por um debate. Na segunda noite, voltamos de madrugada à praia e gravamos até 3h. O roteiro finalmente se encaixava – ao menos em nossas cabeças. Mesmo com o vento e a iminência de chuva, terminamos as filmagens com antecedência, mas com muito por fazer. A falta de um microfone nos levou, no domingo, a um estúdio de áudio, onde gravamos as falas.
Edição - Quando pensamos que o pior havia passado, encontramos nosso maior inimigo: o programa de edição FinalCut Pro. As quatro horas reservadas, na ilha de edição do Departamento de Comunicação Social, pareciam insuficientes à conclusão de um filme que estava pronto apenas nas idéias. Depois de muitos cortes e renders veio outro sufoco: pane no computador. Salvos pela sorte – e pelo Lucas Dias, estagiário da ilha – Daspê Parte II finalmente ficou pronto. Em cima da hora, ou, como dizemos em jornalismo, no deadline.
Estréia - Segunda-feira, 18 de setembro, 19h. Na Sala 102-K, os grupos esperavam a exibição dos curtas. Ansiedade, cansaço e euforia tomavam conta do espaço. O público se espremeu para assistir ao resultado do desafio e o burburinho só acalmou com a chegada dos quatro jurados. Apesar do prêmio em jogo, a cordialidade inibiu o clima competitivo. Ao final, mesmo sem a vitória, cumprimos o desafio.
Edição 177