Na última semana de setembro, representantes das Universidades administradas, como a PUC-Rio, pela Companhia de Jesus na América Latina, reuniram-se na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS, RS) para debaterem a responsabilidade social das instituições confiadas aos seus cuidados. Esse é um tema que interessa à PUC, mas também aos seus antigos alunos. O modo como ele é tratado no contexto universitário pode ajudar a definir melhor o modo como deveria ser tratado não apenas em empresas de caráter industrial ou comercial, mas também no exercício das chamadas profissões liberais.
O fato de uma Universidade como a nossa patrocinar ou levar adiante numerosos projetos e atividades de natureza social em comunidades ou grupos menos favorecidos, como as favelas do Rio, é importante, mas não esgota sua responsabilidade social. Esta deveria também e, sobretudo, orientar o seu ensino, permear a sua pesquisa, e marcar a administração da Universidade. Transparência, eqüidade e um clima de trabalho sadio e respeitoso deveriam marcar as relações entre os membros da comunidade universitária: professores, funcionários e alunos. A questão do desenvolvimento sustentável e do meio ambiente deveria também estar sempre presente em todas as atividades que a Universidade desenvolve. Como no caso da PUC, a mesma Universidade deveria esforçar-se para ser um modelo de sustentabilidade.
O problema hoje, tanto na Universidade como fora dela, é que o todo poderoso mercado com freqüência dita o que devemos fazer e esse mercado nem sempre é socialmente responsável! Temos que nos esforçar para que sejam os nossos princípios e valores – e não simplesmente o mercado – os que modelem a nossa vida.
Francisco Ivern, S.J.
Vice-Reitor