As virtudes do professor Junito Brandão
26/11/2012 17:00
Eduardo Gonçalves/Foto: Antônio Albuquerque

Coluna do Núcleo de Memória da PUC-Rio

Espaço Cultural Professor Junito Brandão (2011)

Na mitologia grega as virtudes dos heróis são definidas por conceitos que, entre outros significados, expressam qualidades, sabedoria, fraternidade e moral. A palavra aretê é a virtude da força e da coragem, logos é um conceito que remete à razão, linguagem e justa medida, e métis é uma forma de inteligência e sabedoria.

Nas salas de aula da PUC-Rio um professor destacou-se por suas virtudes, sabedoria e a justa medida para ensinar, desenvolver pesquisas e dedicar-se à publicação dos seus estudos sobre a cultura clássica. Nas palavras de Miriam Sutter, sua ex-aluna e atual professora da Universidade, Junito Brandão era um “amigo sábio e generoso”.

 

Junito de Souza Brandão (1924-1995) concluiu em 1948 o bacharelado em Letras Clássicas nas Faculdades Católicas e em seguida cursou Arqueologia, Epigrafia e História da Grécia na Universidade de Atenas. Lecionou na Faculdade de Filosofia e posteriormente no Departamento de Letras. Membro da Academia Brasileira de Filologia, publicou dicionários etimológicos, obras didáticas e livros sobre a cultura clássica. Sua biblioteca particular foi doada para a PUC-Rio e integra o acervo da Biblioteca Central.

 

No livro “Teatro Grego: origem e evolução”, publicado em 1980, Junito Brandão assinala que o teatro na Grécia “embriagou-se do belo para celebrar o homem”. Em 2006, a PUC-Rio inaugurou em sua homenagem no bosque do campus da Gávea o Espaço Cultural Professor Junito Brandão, um anfiteatro e palco de encontros, debates e eventos multiculturais. De shows a peças de teatro, de oficinas a local para o diálogo, por cumprir funções análogas às do teatro grego, esse anfiteatro é lugar privilegiado da contemplação e da experiência, e lembra, através da palavra, “a presença de uma ausência”.

 

Eduardo Gonçalves

Pesquisador do Núcleo

de Memória da PUC-Rio

 

Edição 264

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