Vilma Soares, 72 anos, lia para os netos Pedro Lucas, 4 anos, e Maria Fernanda, 3 meses, uma das histórias da Turma da Mônica disponíveis no estande dedicado a Mauricio de Sousa, o homenageado da 17º edição da Bienal do Livro Rio, que ocupa o Riocentro até o dia 13 de setembro. O espaço em que Vilma estava é apenas um entre os vários destinados ao público infantil, que, em família ou em caravanas escolares, toma conta dos corredores da feira e compõe um tipo de público atraente para os expositores.
Montado no mesmo pavilhão, o Verde, o espaço Bamboleio é a área infantil mais lúdica da Bienal. Lá, as crianças brincam de trava-línguas e podem escolher histórias para ler no Círculo do Livro, espécie de biblioteca em meia lua que forma a parede do espaço no qual o espetáculo Sonho de Leitura é encenado de hora em hora.
Thábata Teixeira de Cunha Mello, 8 anos, que ao ser entrevistada exigiu ter o nome publicado na íntegra, cantava a música Menina Estranha, do Restart, em uma das cabines com microfone que ocupa o espaço da Bamboleio. Apesar de pertencer à geração digital, a menina, que sonha em ser professora para ensinar crianças a ler, dançar e “fazer tudo”, deixou um recado para seus contemporâneos.
- As crianças têm que ler. Elas só ficam mexendo no tablet – lamentou.
Na cabine ao lado de Thábata, estava a técnica judiciária Daniela Pereira com o tímido, mas empolgado Peter, 2 anos e meio, que se deliciava em uma cabine que narrava partes de contos infantis quando ele apertava um botão vermelho. Daniela, que já foi a pelo menos outras três edições da feira, contou que, neste ano, só foi à Bienal por causa do pequeno. Ela elogiou os espaços destinados às crianças.
- Este ano eu só vim por causa dele, mas o pai está andando pela Bienal. Acho muito bom que existam esses espaços. Se não houvesse pontos interativos, o Peter já teria “tombado”, com vontade de ir embora – comentou.
A poucos metros do espaço Bamboleio está o labirinto interativo Caminho das Emoções, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Dentro do labirinto, quatro atores e uma atriz, caracterizados de duendes, magos e fada, conduzem as crianças em uma narrativa que conta a história de um monstro que odiava ler e queria destruir todos os livros do mundo. No lugar, paredes ilustradas com os personagens da história e textos ajudam na narrativa. E as crianças podem se sentir parte da trama – elas fazem poções mágicas para destruir a terrível criatura que não gostava de ler.