Oficinas de Mandarim, cerimônias do chá, oficinas de papel recortado, ping-pong e aulas de flauta. Os pilotis da Ala Kennedy receberam uma mostra da cultura chinesa na comemoração do aniversário de sete anos do Instituto Confucius, nesta segunda-feira, 27. A abertura da festividade foi realizada pelo Reitor da PUC-Rio, padre Josafá de Siqueira, S.J., e contou com a presença do vice-cônsul da República da China, Ma Xiaolin.
O vice-cônsul parabenizou a equipe de fundadores do Instituto e salientou que o entusiasmo dos dois povos para o aprendizado aumentou consideravelmente nos últimos anos. Já o Reitor estabeleceu um paralelo entre o aniversário do Instituto e o simbolismo do número sete na cultura judaico-cristã, que é visto como o número da perfeição.
O representante do Instituto Confucius e diretor do Departamento de Letras, professor Alexandre Montaury, deu início às celebrações. Ele ressaltou a importância do trabalho de cooperação entre a PUC-Rio e a Hebei University, através do Instituto, e da possibilidade de estreitar relações culturais e acadêmicas entre a China e o Brasil.
— Graças ao Instituto Confucius, oferecemos vários níveis de disciplinas em língua chinesa. Acreditamos que, nessa troca, é possível aproximar essas duas culturas tão diferentes e que podem cooperar de maneira produtiva para os dois lados. Vejo nos estudantes brasileiros um profundo interesse na China como um horizonte produtivo, como um espaço em que se pode ativar relações. A China está se descortinando como um conjunto de oportunidades profissionais e acadêmicas.
O Instituto Confucius PUC-Rio é uma organização sem fins lucrativos afiliada ao Ministério da Educação da República Popular da China, que promove a língua e a cultura chinesa no Brasil e faz parte de uma rede de Institutos espalhados pelo mundo. Em 2014, o Instituto do Rio foi premiado como o melhor Instituto Confucius e, em 2015, recebeu o prêmio de melhor diretoria.
A diretora do Instituto, Qiau Jianzhen (Ana), agradeceu à Reitoria da PUC-Rio e a todos os apoiadores da iniciativa pelos sete anos de bom funcionamento da organização. Ela relembrou o início da parceria, em 2009, e explicou o papel do Confucius, que atua como uma ponte entre os dois países que, segundo a diretora, historicamente não têm muito contato.
— Com o crescimento da China, a busca pelo ensino da língua chinesa também tem aumentado, e o Instituto está tentando satisfazer essa demanda aqui no Brasil.
Na ocasião, a diretora pediu ao artista Kou Xuechen que escrevesse o nome da PUC em mandarim, como forma de agradecimento, e a musicista Chu Aixuan fez uma apresentação com uma flauta chinesa feita de bambu, chamada zhudi, que animou os estudantes com a versão instrumental de “Despacito”, do cantor Luis Fonsi.
Para o Decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), professor Júlio Diniz, a internacionalização é uma das marcas mais fortes da Universidade. Ele afirmou que existe um aspecto educacional, cultural, econômico e político próprio do Instituto Confúcius e frisou a importância do combate ao preconceito que ainda existe contra os imigrantes chineses no Brasil.
— Se existe racismo entre os brasileiros, se o pobre e o nordestino ainda são vistos com olhares preconceituosos, imagina o estrangeiro que não é europeu ou norte-americano? A imigração que boa parte da população brasileira sempre achou positiva era de europeus. Ainda há um grande preconceito moldado por estereótipos em relação aos chineses. Muitos brasileiros não entendem que esta é uma cultura milenar extraordinariamente rica. Eu acho que uma das maneiras de lidar com a globalização hoje é lutando contra o preconceito. O Confucius, como todo o tipo de iniciativa de intercâmbio entre países, ajuda a diminuir preconceitos e a aproximar os povos.