À direita, Rejan Guedes Bruni, coordenadora da Biologia, se emocionou na inaugurção
No alto da Rua Marquês de São Vicente, na direção do Parque da Cidade, um portão abre para um caminho que parece levar direto para a própria mata atlântica. A primeira visão que se tem ao chegar ao Espaço Graziela Maciel Barroso, a casa da Biologia, inaugurado no dia 11 de abril, é que estamos entrando em um antigo sítio da região serrana fluminense. Mas a propriedade adquirida pela PUC através da mantenedora da Universidade foi reformada e reestruturada para abrigar o mais novo curso da Universidade, Ciências Biológicas, com um moderno laboratório de microscópios, biblioteca, sala de informática, herbário, etc. A cerimônia de inauguração reuniu professores, profissionais de outras instituições, Vice-Reitores, o Reitor, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., e os alunos da primeira turma do novo curso.
A casa teve o nome escolhido em homenagem a Graziela Maciel Barroso, considerada a primeira dama da Botânica brasileira. Graziela, que faleceu em 2003, dá nome também a um prédio no Jardim Botânico e a diversas espécies vegetais, tudo em admiração à bióloga pela sua contribuição para a área.
– Ela era uma mestra. Esta casa também abriga a memória de objetos, cartas e documentos da vida da doutora Graziela – conta o Reitor.
Padre Josafá, que também é biólogo, falou que desde que entrou na PUC ouve apelos para criar o curso de Biologia.
– Tudo tem o seu tempo. Há tempo de semear, há tempo de colher, há tempo de cultivar esperança. Foi preciso amadurecer o processo da caminhada da Universidade em direção à área biológica. Se o curso tivesse sido criado antes, apenas repetiria modelos que já existiam.
O aluno Leandro Ribeiro, um dos estudantes da primeira turma de Biologia da PUC-Rio, diz que está animado com o curso e se mostra entusiasmado com as aulas.
– Escolhi a PUC por ser mais voltada para o mercado de trabalho. As aulas práticas são aqui na casa e as teóricas lá no campus principal – conta o calouro.
Com a privilegiada localização, os alunos coletam amostras direto da mata atlântica. De acordo com o Reitor, essa é a Biologia construída para o futuro. A interdisciplinaridade do curso ajuda: são sete departamentos envolvidos.
– Queremos formar um biólogo que seja aberto aos desafios das mudanças climáticas e da bioinvasão, pensando nos problemas que vamos enfrentar nos próximos anos. Um profissional que tenha abertura para transitar em várias áreas do saber – explica ele.
Padre Josafá agradeceu ainda ao padre Pedro Magalhães Guimarães Ferreira, presidente da mantenedora da Universidade, por insistir que fosse comprada a propriedade.
O Reitor apresentou os profissionais de outras instituições que estavam na cerimônia, segundo ele, “quebrando o protocolo e aproveitando a oportunidade para mostrar a integração da Biologia do Rio de Janeiro”. Havia, entre outros, representantes do Jardim Botânico, da UFF, do Parque Nacional da Tijuca e da UERJ.