Torcida Uniforme
28/08/2008 15:30
Aline Veloso / Foto: Giselle Leitão

Ex-aluna da PUC-Rio criou símbolo esportivo que representa a união dos brasileiros

As Olimpíadas terminaram, mas a comemoração da designer Ana Soter continua. Fora a logomarca Rio 2016 – Cidade Candidata às Olimpíadas, a ex-aluna e ex-professora da PUC-Rio concorreu e ganhou um projeto encomendado pelo Comitê Olímpico Brasileiro: uma marca capaz de identificar e unificar a torcida brasileira. Time Brasil foi desenvolvida pela designer durante os jogos pan-americanos, realizados em 2007 na cidade do Rio. Para formar um ideal que já existe em diversos países, Ana observou peculiaridades do povo brasileiro que contribuíram para a marca: brasileiros se cobrem com a bandeira e vestem predominantemente o verde e o amarelo, e as estrelas estão sempre presentes. Dessa maneira, a logomarca ganhadora representa o torcedor (estrela) vestido com uma bandeira verde e amarela.

 

No mundo inteiro, as torcidas se caracterizam como torcedores da nação, independentemente da mobilidade esportiva. E esse é o ideal pretendido pelo Comitê: um uniforme em que os brasileiros exponham o orgulho e paixão pelo Brasil, não pelo futebol, vôlei, ginástica olímpica, ou outro esporte. Eles querem uma torcida que se envolva em todas as competições, como se envolvem com a copa. A intenção de representar a torcida numa logomarca reforça, de maneira simbólica, a relação do país com os esportes.

Ana Soter mostra a inspiração e o resultado do projeto

 

A dificuldade encontrada era montar uma marca que tivesse aplicação flexível, que seria utilizada tanto pelos pais como pelos filhos. Uma marca que os atletas também pudessem exibir. E Ana Soter criou o símbolo dessa futura torcida. Símbolo usado por toda a delegação no dia 8 de agosto, na cerimônia de abertura dos Jogos de Pequim.

 

Essa idéia pode motivar a candidatura olímpica do Rio 2016. E a marca pode aumentar a participação e trazer o apoio popular, determinantes durante a seleção. “A expectativa e a vibração do brasileiro são fundamentais para a possível realização dos Jogos Olímpicos. Vamos ter a oportunidade de mostrar ao mundo que o carioca tem uma cidade naturalmente esportiva e que o nosso país convive pacificamente com raças e religiões distintas”, diz Ana. A designer afirma que a segurança não é o ponto mais crítico. O Pan-Americano deu certo. O ano-novo e o carnaval, que são notavelmente organizados, também dão. “A precariedade do Rio é a deficiência no transporte; contudo ainda se têm oito anos pela frente”, assinala.

 

 

Edição 204

 

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