Falar sobre a história do futebol feminino brasileiro é falar de descaso, de resistência e superação. O time feminino de futsal de Artes e Comunicação PUC-Rio, contou um pouco sobre a trajetória no futebol e a representatividade da mulher no esporte. As jogadoras Bárbara Figueiredo, Clara Carvalho e Nathalia Lamarca, estudantes de Comunicação Social, ressaltaram a importância da união, as inspirações com relação ao esporte e os obstáculos enfrentados.
Nos últimos anos, grandes corporações começaram a desenvolver práticas ligadas à integração feminina no esporte. Nesse contexto, a FIFA abriu os olhos e promoveu uma intensa campanha de marketing para a Copa do Mundo Feminina 2019, transmitida pela primeira vez na TV Globo, a partir do dia 7.
Clara, a ala esquerda do time, ressalta a importância de se valorizar uma Copa do Mundo protagonizada por mulheres. Para ela, o campeonato propicia uma maior visibilidade para as atletas, pois a falta de apoio e a escassez de investimentos são alguns dos maiores impasses para uma jogadora poder seguir no esporte.
– Eu acho que é mais do que necessário, elas se esforçam e amam o esporte tanto quanto qualquer um. Fico muito feliz em saber que cada vez mais estão dando a devida importância que elas merecem, mas ainda falta muito para a situação se tornar o ideal.
A Copa do Mundo Feminina de 2019 reúne 24 seleções, e os jogos vão ocorrer até o dia 7 de julho, na França. No Brasil, o evento ainda é considerado novo, pois as primeiras referências de partidas de futebol femininas no país surgiram somente, nos anos 1920, e a prática era vista como uma performance de circo.
Nathalia comenta a influência da Seleção Brasileira Feminina na forma de pensar a representatividade da mulher nos dias atuais. Para a goleira, as jogadoras expressam a luta enorme que o futebol feminino tem pela frente e o ganho de visibilidade nos últimos jogos.
– Elas me influenciam no sentido de poder ver que o futebol feminino está crescendo. O esporte destinado às mulheres é pouco visto na mídia e em qualquer situação pelo mundo. Tivemos, até agora, a televisão transmitindo alguns campeonatos de futsal feminino, e isso vem aumentando. Acho que essa Copa do Mundo chegou para mudar isso.
O futebol feminino foi proibido durante o Governo de Vargas de 1941 a 1979, e, durante este período, o esporte entre mulheres era praticado sem o consentimento do governo. A primeira edição da FIFA foi há 28 anos, em 1991, e embora ainda não haja um engajamento equivalente ao conferido à seleção masculina, a edição traz esperanças para o esporte feminino.
A artilheira Bárbara Figueiredo observa que o futebol é um esporte coletivo e que é preciso ter um sentido de união no time. Bárbara ganhou os prêmios destaques de assiduidade e artilharia do time feminino de futsal de Artes e Comunicação PUC-Rio no ano passado.
– O maior prêmio foi o de assiduidade, com certeza. Não é simplesmente por querer ser a melhor atleta. É óbvio que eu quero sempre dar o meu melhor porque eu acho que o meu time não merece nada menos do que isso. É contribuir de todas as formas possíveis para que a gente alcance todos os nossos objetivos, que não são apenas títulos. Assiduidade é além dos treinos.