Apenas o Fim sai do campus e chega ao cinema
25/09/2008 14:00
Carol Jardim / Foto: Gisele Leitão

Filme de aluno do 6º período de Cinema estréia no Festival do Rio

Matheus Souza é roteirista e diretor do longa-metragem
Depois de quase vinte dias de trabalho durante as férias de verão, apareceram os primeiros frutos de Apenas o Fim, longa-metragem gravado por alunos da PUC no início do ano. O diretor e roteirista do filme, Matheus Souza, aluno do 6º período de Cinema, emplacou sua primeira grande produção no Festival do Rio 2008. De 25 de setembro a 9 de outubro, em vez de seguir a sua tabela de cinéfilo, cuidadosamente montada para assistir ao maior número de filmes, ele estará “do lado de lá”, como ele mesmo definiu, dando entrevistas e participando de reuniões.

 

O roteiro de Apenas o Fim começou a ser escrito quando Matheus ainda estava no 3º período e, desde o início, havia idéia de enviá-lo ao festival.  “A gente sempre pensou que, se o filme ficasse legal, poderia ser mandado para alguns festivais, já que eles abrem caminhos e dão mais visibilidade”, contou Matheus.

 

– Como a câmera que queríamos só estava disponível durante as férias, e mesmo assim não poderia sair do campus, comecei a pensar em algo que animasse, mas que pudesse ser feito, levando em conta as limitações, explicou.

 

A inspiração, segundo ele, não vem apenas de diretores consagrados. Matheus procura dialogar com autores novos, como Charlie Kaufman, de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, e Richard Linklater, de Antes do Amanhecer e Antes do Pôr-do-Sol.

 

Para tornar a produção viável, a Universidade também colaborou com o andamento das filmagens. “A ajuda da PUC veio em três instâncias, primeiro por parte de alguns professores, com os conselhos, depois com o espaço e os equipamentos, e tivemos ainda ajuda da Vice-Reitoria de Desenvolvimento, que financiou boa parte do filme”, disse.

 

Antes que o filme seja lançado no Festival do Rio e na Mostra de São Paulo, Matheus já está com a gaveta repleta de novos projetos esperando para sair do papel e tomar conta das telas. São três roteiros prontos para longas-metragens, um episódio piloto para série e uma peça de teatro quase no fim. A única dificuldade está sendo se acostumar com o assédio dos jornais. “Pensei que ninguém ia me procurar. Sou muito tímido e sempre sinto como se as pessoas estivessem me achando diferente, mas continuo sendo o mesmo cara de sempre”, disse o aluno, antes de outra entrevista.

 

A surpresa, no entanto, foi o modo como tudo deu certo. “Meus planos eram muito objetivos, eu queria aquele elenco, aquela música, queria participar do festival, e é estranho quando tudo o que você planeja acontece exatamente como previu, ainda não caiu a ficha”, desabafou. Ele diz ser a prova viva de que o cinema universitário tem lugar. “Basta ter cara-de-pau e iniciativa, porque as pessoas têm boa vontade com o que é novo”, explicou. Apenas o Fim terá três exibições no Festival, e, se depender do entusiasmo do diretor, será um sucesso.

 

Edição 206

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