Um dos participantes do segundo dia da XXVII Semana de Meio Ambiente, o presidente da Associação das Universidades Confiadas à Companhia de Jesus na América Latina (AUSJAL), padre Luís Arriaga Valenzuela, S.J., afirmou que a desigualdade social na América Latina tem correlação com injustiças ambientais que afetam a população. Além de comentar a questão das diferenças nas sociedades latino-americanas, padre Arriaga falou sobre as atividades da AUSJAL.
Segundo ele, as dificuldades das comunidades menos favorecidas são exacerbadas porque essas pessoas são privadas de ter acesso a direitos básicos. Ele ressaltou que a falta de segurança, os salários e serviços de saúde precários, e a necessidade de manter a mobilidade diária para sobreviver também fizeram com que os contatos e mortes dos mais necessitados fossem maiores, por causa de uma maior vulnerabilidade.
- Eu tive uma conversa recentemente e falamos precisamente sobre essas desigualdades graves, nossas graves iniquidades, muitas delas, desses jovens, dessas crianças sem acesso à internet ou mesmo às aulas on-line. Eles estão vendo seus direitos de receber uma educação de qualidade frustrados.
O presidente da AUSJAL chamou atenção para o fato de que os reitores da Associação convocaram os ministros da Educação da Argentina, do México e do Peru, com líderes acadêmicos do Equador, Guatemala, Paraguai e Venezuela, para dialogar sobre a questão dos abandonos escolares provocados pela pandemia e do compromisso de comprometer-se para gerar ações concretas para enfrentar o problema.
Representante do Observatório de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida (OLMA), o professor Felipe Lacerda disse que o instituto observa e incide politicamente nas grandes questões socioambientais da realidade nacional, além de ser a instituição que mais produziu atividades para o combate da Covid-19 na América Latina.
Ações
O projeto de enfrentamento da COVID das favelas, uma rede de universidades e lideranças populares que resultou na Lei Estadual 8.9772/20, que permitiu a doação de R$ 20 milhões para a Fiocruz; e o Elo, campanha de arrecadação de alimentos para a população da Rocinha; foram dois dos exemplos de projetos e ações que o Decano do Centro de Ciências Sociais (CCS), professor Luiz Roberto da Cunha, compartilhou em um vídeo. Ele mostrou as iniciativas e atividades socioambientais que os noves departamentos participantes da CCS desenvolveram.
Cunha pediu aos professores Juliano de Assunção, do Departamento de Economia, e Alexandro Solórzano, do Departamento de Geografia e Meio Ambiente que eles comentassem um pouco sobre as atividades desenvolvidas pelos seus respectivos departamentos. Assunção ressaltou que o tema meio ambiente está cada vez mais presente na Universidade, não só no ensino como também na pesquisa. Ele disse que, com início da pandemia, o Departamento de Economia logo se mobilizou para estudar o assunto.
- No aspecto do meio ambiente associado à pandemia, o departamento reagiu de maneira muito rápida no ano passado diante dos desafios, com um esforço bastante significativo de pesquisa e exploração que pode ser visto em 23 artigos de opinião e três artigos científicos resultantes de consequências econômicas e desafios metodológicos associados à pandemia. Tivemos um ciclo de seminário virtual semanal que contou com a presença de pesquisadores e gestores de políticas públicas, não só brasileiros como estrangeiros – relatou.
O Decano do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH), professor Júlio Diniz, compartilhou relatório mostrando as ações que os oito cursos de graduação e pós-graduação do CTCH realizaram. Comentou que a grande riqueza da Universidade foi que, mesmo que os cursos tenham trabalhado de formas distintas, eles conseguiram chegar ao mesmo lugar, ao mesmo objetivo. Diniz observou que o Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-Rio (NIMA) é fundamental para os quatro decanatos, para vida cotidiana e para reinvenção da própria natureza humana.