Clarice - (1961-2009)
16/03/2009 15:41
Mabele Bemfeito

Para sempre na lembrança de quem com ela conviveu

A comunidade da PUC-Rio recebeu consternada a inesperada notícia do falecimento de Clarice Abdalla, que ocorreu no dia 4 de fevereiro. Clarice, com apenas 48 anos, teve um enfarte fulminante. Professora do Departamento de Comunicação e Coordenadora da Assessoria de Comunicação, Rádio e Internet do Projeto Comunicar, em que dirigia a produção dos programas Estação Pilh@ e Revista Jovem, Clarice foi uma profissional de talento inestimável. A jornalista, que passou por emissoras de rádio como Jornal do Brasil e Panorama Brasil, amava o que fazia. É de sua autoria o livro de poesias O Circo, além de artigos em livros e revistas acadêmicas. Seus relevantes serviços prestados à Universidade ficarão na lembrança de colegas de trabalho, amigos e estagiários.

Para Leanna Scal, estagiária do Núcleo de Radiojornalismo, do Projeto Comunicar, Clarice será sempre uma pessoa muito importante. "Ela foi minha grande incenti-vadora. Estava sempre disposta a ouvir e dividir sua sabedoria. Era uma mulher de fé e uma profissional muito dedicada", afirma Leanna.

Também do Núcleo de Radiojornalismo, Bruno Uchôa lembra que, um dia, ao fim do expediente, observou Clarice e se pôs a pensar como ela conseguia fazer tantas coisas ao mesmo tempo: assessoria de comunicação, Revista Jovem e Pilh@, doutorado em Letras, os cursos para os vicariatos e a criação do novo Portal da Arquidiocese. "E o mais impressionante é que ela fazia tudo com muito entusiasmo e um ânimo incomum", destacou o estagiário.

Clarice com estagiários, na Assessoria
de Imprensa, na comemoração dos 20 anos do
Projeto Comunicar e no estúdio de rádio
– A Comunicação corria nas veias dela, sempre com uma nova idéia e realizando-a. Lembro de algumas reuniões de pauta nas quais ela dava verdadeiras aulas. Uma vez, por conta do centenário de Guimarães Rosa, ela nos ensinou sobre o autor. Foi quase uma hora de exposição. Isso era Clarice. Embora, sempre muito atarefada, nunca se negava a nos ajudar e a nos ensinar, fosse com o conhecimento ou com seu exemplo de vida, afirma.

Professor do Departamento de Comunicação Social e subeditor da Editora PUC, Felipe Gomberg conheceu Clarice quando estagiário, em 1999, no Núcleo de Rádio do Projeto Comunicar. Para ele, Clarice tinha um coração muito bom e sempre foi uma amiga. "Às vezes, ficávamos na salinha conversando. Ela era uma pessoa muito agradável. Nunca brigava com ninguém e sempre minimizava as opiniões divergentes", lembra Gomberg, acentuando que Clarice foi uma mãezona para os estagiários.

Sidney Resende, que trabalhou cinco anos com Clarice no programa Encontro Com a Imprensa, da Rádio Jornal do Brasil, afirma que ela era muito dedicada e que deixará saudade. O jornalista a define como uma profissional completa. "Ela superou muitas coisas na vida, como um acidente de carro no final da década de 80. Uma jornalista 100%, que amava o rádio e o jornalismo. Além de se preocupar com todo mundo, estas foram as marcas dela".

"Ela deixará um vazio que será difícil de preencher. Clarice foi um ser humano muito particular. Dedicada, competente e leal. E isto é um dom", afirma o professor Fernando Ferreira, jornalista e Coordenador Geral do Projeto Comunicar, com quem trabalhou mais de dez anos. Fernando acentua que Clarice foi uma aluna de que ele jamais irá se esquecer. "Ela sempre ficava no fim da aula para conversar e dirimir dúvidas. Quando se tornou professora, as qualidades de aluna, como dedicação e competência, ficaram ampliadas", diz.

Uma missa de 30º dia foi celebrada para Clarice, pelo Reitor da Universidade, padre Jesús Hortal Sánchez, na Igreja da PUC, na quarta-feira, 4. Estiveram presentes a família e os amigos. Padre Hortal já celebrara a missa de corpo presente, no dia do enterro, e a do sétimo dia, nas quais expressou o carinho com que encara a memória de Clarice e a saudade que representa a sua perda. "Alguém se lembra de ter, algum dia, visto Clarisse sem sorrir?", perguntou o Reitor. Nas três missas estiveram presentes, em grande número, a família, os colegas e os amigos de Clarice, que deixa a saudade, mas, também, o exemplo de compreensão, amor e fé que marcaram a sua vida.

 

Leia também: Olhos negros e profundos

Edição 212

 

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