Faixa reversível recebe críticas
02/04/2009 17:15
Laís do Amaral / Foto: Ludmila Zorzi

Professor considera medida provisória erro tático

A inversão do trânsito, realizada
das 17h às 20h, aumentou a
velocidade média no sentido Gávea
Com a promessa de dar maior fluidez ao tráfego, a faixa reversível no bairro do Humaitá virou motivo de polêmica. Apesar de a velocidade média ter aumentado de 15km/h para 25km/h, de acordo com um estudo da CET-Rio, o benefício foi sentido em direção à Gávea. A faixa foi considerada um grande erro pelo professor José Eugenio Leal, do Departamento de Engenharia Industrial da PUC, especialista em Planejamento e Operação de Sistemas de Transportes.

 

– Aquilo ali não tem um uso intenso. Pode ocasionalmente melhorar um pouco – disse.

 

A medida gerou reclamações de quem passa pela via em direção a Botafogo. Para a estudante Carolina Vidal, do 5º período de Jornalismo da PUC-Rio, que passa todos os dias no local de ônibus, a situação piorou.

 

– No Jardim Botânico não fez diferença nenhuma, continua trânsito da mesma maneira. Só que ali no Humaitá ficou um caos, está muito engarrafado. E ficou para os dois lados, não adiantou pra nenhum dos dois sentidos – reclamou a aluna, mostrando insatisfação.

 

O também aluno de Jornalismo da PUC Felipe Augusto, morador de Botafogo, ressaltou a diferença no tempo de viagem da faculdade até em casa.

 

– Eu levava uns 45 minutos para chegar, agora demoro quase uma hora. Eu acho que poderiam pensar em outra solução para que o sentido contrário não fique prejudicado – sugeriu.

 

Então, o que fazer? De acordo com Leal,  acabar com as faixas não é o caso. Para ele, o que deve ser modificado é o transporte público.

 

– O problema está no número de carros que andam com uma pessoa só, duas no máximo. O investimento alternativo é melhorar o transporte público de massa, principalmente.

 

Segundo Leal, para evitar acidentes, é preciso que a Prefeitura insista na sinalização.

 

– A sinalização que o próprio código de trânsito preve, ela é insuficiente nesse caso. É uma plaquinha com dimensões pequenas. Numa cidade como o Rio de Janeiro, o tempo de adaptação da sinalização é de uns cinco ou seis meses – disse, afirmando que a presença de guardas é indispensável – Se tiver cones fechando completamente, já é uma coisa muito visível.

 

A faixa da Rua Humaitá funciona das 17h às 20h, da altura da Rua Cesário Alvim, próximo à Cobal, até a altura da Rua Miguel Pereira.

 

 

Edição 213

 

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