Os jovens de todas as gerações ganharam voz na PUC-Rio. Coordenado pela professora Cláudia Pereira, o MuJuCa (Museu das Juventudes Cariocas) foi inaugurado. O projeto, desenvolvido há dois anos, é constituído por uma exposição virtual que mostra histórias envolvendo cultura, esporte e arte de seis diferentes gerações relativas aos anos de 1960 a 2010. Com a perspectiva social, a criação do projeto tem relação direta com o público.
Inspirado no Museu da Pessoa, localizado em São Paulo e no Museum of Youth Culture, situado na cidade de Londres (Inglaterra), o MuJuCa, tem como foco as juventudes que habitaram o Rio de Janeiro. Partindo da ideia de ser um objeto de contribuição social, o museu reúne uma coletânea de memórias com a função de reimaginar o cenário da cidade em diversas eras. A iniciativa conta com 19 convidados, que oferecem seus relatos pessoais e expõem registros da vida social, cultural e política de suas juventudes.
“Ao falarem sobre suas juventudes de 60, 50, 40, 30, 20 ou 10 anos atrás, nossos entrevistados falam sobre o tempo presente, muito mais do que sobre o passado” diz Cláudia Pereira.
Um dos objetivos, é demonstrar a pluralidade presente na ideia de “ juventudes”, ao educar o olhar do público para a consolidação de laços coletivos e identitários, valorizando histórias de vida como patrimônio cultural. No site do projeto, há conteúdos como entrevistas, curtas, fotografias, matérias jornalísticas e campanhas publicitárias, produzidas a partir dos depoimentos dos convidados.
A professora e pesquisadora, destaca que enquanto publicitária tem apreço por contar histórias e como antropóloga, por ouvir, e o projeto a permite fazer as duas coisas. O lançamento teve como atividade inicial a exibição do filme documental, Black Rio! Black Power, do cineasta e professor de comunicação da Universidade, Emílio Domingos. Após a exibição, o diretor, a produtora e integrante do acervo do museu, Leticia Monte, o artista urbano, Alberto Pereira, e o pesquisador e produtor cultural, Pablo Ramoz, participaram de uma roda de conversa que discutiu a relação entre memória e juventude.
Por fim, a mini-exposição apresentada nos dias 11, 12 e 13 de novembro, no Pilotis da ala Kennedy, reuniu itens antigos como, discos, diários, disquetes, além de itens populares e de destaque na história da cidade, dentre os quais o ingresso da primeira edição do festival de música Rock in Rio, do ano de 1985.